Agente construtor de soluções
Leia a coluna desta sexta-feira (13)
Desde a criação do ser humano, os conflitos passaram a existir. Sobre esse fato, não há controvérsia. Desde então, o homem busca maneiras de resolver seus problemas e conflitos.
Por vezes, buscou-se ferramentas de autocomposição, na qual as partes procuram resolver seus próprios dilemas sem a intervenção de um terceiro. Por outras, optou-se pela heterocomposição, com um terceiro decidindo a disputa.
Ao longo da história, a necessidade de positivação das normas para a convivência social e a instituição da figura do julgador criaram o Poder Judiciário, que se tornou o “grande resolver dos problemas”.
Ocorre que, nos dias atuais, a crise por que passa o Poder Judiciário, atribuída em grande parte ao quantitativo de processos originados da nossa cultura litigante, tem forçado a sociedade a repensar. Repensar sua forma de lidar com os conflitos e, sobretudo, como efetivamente resolvê-los.
Esse contexto de necessidade de mudança de paradigmas e crenças coloca as partes envolvidas na disputa de volta ao centro da questão.
Você é agente construtor de soluções à medida que, diante de um conflito de direito disponível, pode agir ativamente na construção da solução, através do consenso, do diálogo, do entendimento, do respeito, e na busca da tão almejada paz social.
Agente é o indivíduo capaz de agir e tomar decisões. Construtor é aquele que tem a capacidade de criar ou construir algo. E solução é a materialização criativa dessa construção apta a resolver conflitos e satisfazer necessidades.
Esse empoderamento das partes na busca e na construção da solução dos conflitos é o que traz respostas concretas e eficazes para as situações conflituosas.
A pessoa quando entende que ela é responsável não só pelo problema, mais também pela construção da solução que atenda ao seu interesse e também da outra parte envolvida, busca os meios de autocomposição (como mediação, conciliação ou negociação) no lugar de submeter suas questões à decisão de um terceiro como o Poder Judiciário.
Prova disso, são os dados da mediação pré-processual (mediação que ocorre antes do início de um processo judicial) na área de família do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
No primeiro semestre de 2023, o Tribunal evitou 2.136 novas ações e alcançou 92% de acordos com a mediação pré-processual.
Esse dado revela que a pessoa quando se reconhece como agente construtor de soluções tem o poder de resolver os seus conflitos sem a necessidade de percorrer a via judicial.
Ao passo que o “grande resolver de problemas” já não consegue resolver de forma satisfatória os conflitos da sociedade, há a necessidade de uma mudança de crenças e paradigmas para que se usufrua dos benefícios da resolução eficaz das situações com impacto jurídico.
É premente o entendimento de que a solução tão almejada para os conflitos passa e está em cada um dos envolvidos, na medida que se reconhecem como responsáveis pela construção da solução. Você é Agente Construtor de Soluções!