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A presença feminina na tecnologia

A sub-representação feminina no setor revela um desafio que vai além das estatísticas: trata-se de um reflexo das desigualdades estruturais no Brasil

Ana Paula Tongo | 09/01/2025, 19:31 h | Atualizado em 09/01/2025, 19:31

Imagem ilustrativa da imagem A presença feminina na tecnologia
Ana Paula Tongo, CEO da Bitável |  Foto: Divulgação

No Brasil, um número ainda pequeno de mulheres ocupa cargos relacionados à tecnologia, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A sub-representação feminina no setor revela um desafio que vai além das estatísticas: trata-se de um reflexo das desigualdades estruturais em nosso País. Apesar disso, a inserção das mulheres nesse campo não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia essencial para impulsionar a inovação e o desenvolvimento.

A presença feminina no setor de tecnologia traz diversos benefícios, como a diversidade de perspectivas, que pode levar a soluções mais inovadoras e criativas para os desafios da sociedade. Estudos apontam que equipes diversas têm maior capacidade de resolver problemas complexos, pois diferentes visões e experiências criam abordagens únicas e mais eficazes. Além disso, a inclusão de mulheres na tecnologia é fundamental para garantir que produtos e serviços tecnológicos sejam desenvolvidos de forma a atender às necessidades de todos os usuários, independentemente de gênero, idade ou classe social.

A equidade de gênero no mercado de trabalho é um direito fundamental, e a tecnologia não deve ser uma exceção. Empresas com maior diversidade de gênero, além de se destacarem em termos de inovação, também tendem a apresentar melhores resultados financeiros. Relatórios globais indicam que organizações que promovem a inclusão de mulheres em posições de liderança alcançam maior rentabilidade, além de consolidar uma cultura corporativa mais saudável e colaborativa.

No entanto, as mulheres enfrentam inúmeros desafios para ingressar e se destacar na área tecnológica. Estereótipos de gênero, que associam carreiras em tecnologia a características predominantemente masculinas, ainda afastam muitas meninas desse universo desde a infância. A falta de incentivo educacional e de modelos femininos de sucesso no setor agrava o problema. Além disso, mulheres que chegam ao mercado de trabalho enfrentam barreiras como a desigualdade salarial, a ausência de políticas de inclusão nas empresas e casos recorrentes de discriminação e assédio.

Para mudar esse cenário, é fundamental a implementação de políticas públicas e iniciativas privadas que promovam a igualdade de gênero na tecnologia. Programas de mentoria, bolsas de estudo voltadas para mulheres, cotas de gênero em cursos universitários e a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos são ações que podem fazer a diferença. Empresas também precisam adotar práticas de recrutamento mais equitativas, investir em treinamentos voltados à conscientização sobre preconceitos inconscientes e fomentar uma cultura corporativa que valorize a diversidade.

Além disso, é necessário combater os estereótipos de gênero desde cedo, incentivando meninas a explorar carreiras em áreas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Projetos educacionais que promovam oficinas, workshops e competições tecnológicas voltadas para meninas podem ajudá-las a descobrir seu potencial e enxergar oportunidades no setor.

Outro ponto crucial abordado no artigo é a interseccionalidade entre gênero, raça e classe social. Mulheres negras e indígenas, por exemplo, enfrentam desafios ainda maiores para ingressar na área de tecnologia. Para elas, as barreiras vão além dos estereótipos de gênero e incluem o racismo estrutural e a desigualdade de acesso à educação de qualidade. Assim, é imprescindível que as iniciativas de inclusão no setor considerem essas múltiplas dimensões e promovam ações específicas para apoiar esses grupos.

A participação feminina na tecnologia é essencial para construir um futuro mais justo e equitativo. Ao promover a diversidade de gênero, estamos abrindo portas para novas oportunidades e criando um ambiente de inovação que beneficia toda a sociedade. No entanto, a transformação desse cenário exige um esforço coletivo. Governos, empresas, instituições de ensino e a sociedade civil precisam trabalhar juntos para superar os desafios e construir um mercado de trabalho onde mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens.

Em resumo, esse artigo reforça a importância da equidade de gênero no setor tecnológico e apresenta caminhos concretos para promover a inclusão das mulheres. A diversidade de gênero não é apenas uma questão moral, mas uma estratégia para impulsionar o desenvolvimento tecnológico e econômico. Construir um futuro mais inclusivo exige ações imediatas e comprometidas, pois somente assim será possível garantir que mulheres ocupem papel de destaque no desenvolvimento tecnológico no Brasil e no mundo.

Ana Paula Tongo é CEO da Bitável

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