Oração cristã
Coluna foi publicada nesta segunda-feira (05)
Orar é uma necessidade vital para o cristão, como o foi para Jesus e os seus primeiros discípulos, pois a oração é uma comunicação pessoal de amor com o Pai, o Filho e o Espírito Santo; é consciência de nossa adoção filial, que nos elevou e dignificou.
É medida de nossa maturidade espiritual, que nos torna forte na fé, na esperança e na caridade; é súplica, glorificação e louvor a Deus, que nos sustentam em nossas tarefas diárias; é o grão de trigo, que morre ao homem velho, que habita em nós, e nos possibilita adorar a Deus “em espírito e verdade” e de amar a todos, por primeiro e sempre, sobretudo, os que não são amados. É vivência da aliança, contraída com Deus, no batismo.
A oração autêntica passa para a ação libertadora: dimensão indispensável para uma vida cristã pujante e engajada. Somente o contato profundo com Deus possibilita responder satisfatoriamente à nossa vocação cristã de seguidores de Jesus e de testemunhar o seu amor a favor do próximo, sobretudo, o mais fragilizado e marginalizado.
Não há cristão, não há apóstolo, não há testemunha de Cristo sem uma oração pessoal e comunitária. Todos os grandes santos, de todos os tempos, foram cristãos de muita oração: ao captar o amor do Deus invisível, o transmitiram visivelmente aos homens, seus irmãos, no serviço da caridade.
Orar é falar com Deus como pessoas livres, mais ainda, como filhos seus, que somos. Saber rezar não é difícil: basta falar com Deus do nosso jeito. Às vezes, nem sequer é necessário falar, pois escutar é suficiente. Nossa oração pode ser individual ou comunitária, mental ou vocal, espontânea ou já formulada: salmos, orações, cantos, louvores...
A oração, por excelência, porém, é o Pai-Nosso. Precisamos orar sempre, e, com mais intensidade, sobretudo, nas viragens de nossa existência terrena, quando temos que tomar decisões importantes, que vão marcar uma nova etapa em nossa caminhada humana e cristã.
Se a oração se der à margem da vida, não seria mais do que um espiritualismo árido e vazio, finalizado para o nosso consumo espiritual, um subterfúgio enganoso, uma fuga alienante, um refúgio cômodo para vencer o medo do futuro. Os contemplativos autênticos, os orantes verdadeiros possuíam uma enorme vitalidade interior, que transbordava nas obras de Cristo: em servir e se doar ao próximo, com alegria e generosidade.
“Orar continuamente – diz Papa Francisco – não significa multiplicar orações, mas orientar a nossa alma para Deus, na obediência à sua vontade. Maior é a nossa fé, tanto menos precisamos, em nossa oração, de fórmulas e palavras”.
“Oramos retamente – diz ainda Papa Francisco – quando todo o nosso coração se une à oração de Cristo, na adoração ao Pai e na intercessão a favor de todos os homens. Somente nele nós podemos orar e, também, com ele, é que seremos atendidos. Orar é colocar o nosso coração na mesma onda do Coração de Cristo; é amar o Pai celeste e os outros, como Ele os ama, com o mesmo impulso de amor: nos Santos atingia a união mística com Ele”.