O papel esquecido da nutrição no autismo
Tudo o que você precisa saber para uma alimentação saudável no dia a dia
Quando falamos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), logo pensamos em desafios na comunicação, no comportamento e na interação social. Mas o que muitos ainda não sabem é que a alimentação também pode influenciar — e muito — a qualidade de vida de quem está dentro do espectro.
O diagnóstico do autismo é sempre feito por um médico, mas o cuidado não para por aí. O suporte de uma equipe multiprofissional é essencial, e o nutricionista tem um papel muito importante nesse processo.
Isso porque é muito comum que pessoas com TEA tenham dificuldades alimentares: seletividade (comer sempre os mesmos alimentos), rejeição a texturas e sabores diferentes, e até preferência por alimentos industrializados, ricos em açúcar, corantes e aditivos. Esse tipo de alimentação pode aumentar sintomas como irritabilidade, agitação, distúrbios do sono e problemas intestinais.
Você sabia que o intestino se comunica com o cérebro? Esse “bate-papo” constante entre os dois influencia o humor, o foco, o sono e até o comportamento. Por isso, cuidar da alimentação é uma forma de cuidar também do bem-estar emocional e mental.
O que pode ajudar? Começamos com o básico: comida de verdade. Frutas, legumes, verduras, arroz, feijão, carnes, ovos e boas fontes de gordura — tudo preparado com carinho, respeitando o ritmo da criança (ou adulto). Cada passo conta!
Além da alimentação, alguns suplementos podem ser aliados importantes, sempre com orientação profissional. Entre os mais usados estão:
• Ômega-3: ajuda na concentração e na modulação da inflamação.
• Probióticos e prebióticos: melhoram a saúde intestinal e, por tabela, o comportamento.
• Vitaminas do complexo B, magnésio e zinco: apoiam o sistema nervoso e o equilíbrio emocional.
E a natureza também ajuda! Fitoterápicos, como camomila, melissa, passiflora e bacopa, são usados para auxiliar no sono, na ansiedade e no foco. Mas atenção: mesmo sendo naturais, só devem ser usados com acompanhamento profissional.
Por outro lado, é importante evitar ao máximo a ingestão de alimentos ultraprocessados, com muitos corantes, conservantes e açúcar. Eles podem piorar sintomas e atrapalhar o progresso em outras áreas do tratamento.
Cada pessoa com TEA é única — e, por isso, a nutrição também deve ser personalizada. Não existe fórmula mágica, mas sim cuidado, escuta e estratégias individualizadas.
Se você convive com alguém dentro do espectro, saiba que a alimentação pode ser uma grande aliada no dia a dia. E o nutricionista está aqui para caminhar junto, trazendo saúde, acolhimento e qualidade de vida de forma leve e respeitosa.
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