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Mundo Digital

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Colunista

Eduardo Pinheiro

As lições do caso da adolescente ameaçada em Domingos Martins

Confira a coluna de domingo (04)

Eduardo Pinheiro, colunista do Jornal A Tribuna | 05/05/2025, 14:00 h | Atualizado em 05/05/2025, 14:00

Imagem ilustrativa da imagem As lições do caso da adolescente ameaçada em Domingos Martins
Eduardo Pinheiro é consultor de tecnologia da informação |  Foto: Kadidja Fernandes/ AT

Uma adolescente de apenas 15 anos, moradora de Domingos Martins/ES, foi alvo recente de ameaças de morte pelo WhatsApp.

As mensagens foram disparadas em um grupo, criado por colegas da escola, exclusivamente para esse propósito, escancarando mais uma vez a face cruel do cyberbullying e a toxicidade das relações no universo digital juvenil.

Esse caso chocante acende o alerta sobre a necessidade, urgente, de pais e responsáveis estarem mais atentos às amizades e à vida digital de seus filhos.

O episódio nos obriga a refletir: estamos educando nossos filhos para lidar com o mundo real e virtual? Ou estamos terceirizando a formação emocional e moral das novas gerações para a escola, redes sociais e amizades que, muitas vezes, não conhecemos?

Não é por acaso que a minissérie Adolescência, sucesso global da Netflix, caiu no gosto do público. Ela retrata exatamente esse universo: Jamie, um garoto de 13 anos, é influenciado por amigos violentos e machistas, tornando-se incapaz de aceitar limites e passa a desenvolver comportamentos agressivos – tudo isso longe dos olhos dos pais.

O enredo é fictício, mas poderia facilmente ser o roteiro de tantas tragédias reais que presenciamos.

As amizades tóxicas, que se espalham, tanto na escola quanto nas redes sociais, agem como gatilhos silenciosos para a formação de personalidades instáveis.

Para crianças e adolescentes, em plena formação, a necessidade de ser aceito pode ser um campo fértil para relações abusivas e influências destrutivas.

Quando isso se combina ao uso excessivo de telas – um espaço onde o tempo todo se constrói e destrói reputações –, temos um coquetel perigoso para o desenvolvimento psicológico e social.

A tecnologia, por si só, não é a vilã. O verdadeiro problema está na ausência de acompanhamento, limites e diálogo. A era digital, embora traga oportunidades incríveis, também criou uma geração que, muitas vezes, vive mais no virtual do que no real, deixando pais e educadores sem saber como intervir.

Mas não há espaço para desistências. Urge que os pais retomem as rédeas da educação, compreendendo que seu papel não se limita a prover meios, mas a orientar caminhos.

Isso exige tempo, escuta ativa, vigilância equilibrada e, acima de tudo, presença afetiva.

O argumento de que é difícil competir com a atração das telas não pode ser desculpa para abandonar os filhos a um universo que, sem supervisão, pode deformar valores e colocar em risco não só a vida deles, mas também a de terceiros.

A formação da personalidade de uma criança ou adolescente é um processo complexo e contínuo. O desafio da nossa geração é equilibrar liberdade digital com responsabilidade, permitindo que a tecnologia seja uma ferramenta de crescimento e não uma armadilha silenciosa.

A tragédia vivida pela jovem de Domingos Martins precisa ser vista como um chamado coletivo: mais do que nunca, a educação começa – e continua – em casa.

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