90 a 10
Confira a coluna desta sexta-feira (14)
Nos últimos 40 dias, o Flamengo de Filipe Luís venceu o Botafogo duas vezes (uma delas na final da Supercopa do Brasil), bateu o Vasco três vezes e somou quatro dos seis pontos disputados em confrontos com o Fluminense. Qualidade técnica à parte, o time é, entre os cariocas, o que está em estágio mais avançado na preparação, e os 2 a 1 no primeiro jogo da final com os tricolores, na quarta-feira, comprovou isso. O confronto foi equilibrado, mas o vencedor foi o mais eficiente.
No entanto, o aproveitamento de 90% dos pontos disputados contra seus rivais do estado (19 em 21) não garantem o título e o sucesso na temporada.
E ainda que o bicampeonato possa vir com um simples empate neste domingo, brota a sensação de que os jogadores estão sentindo o ritmo puxado do treinador.
No momento, o Flamengo tem quatro machucados (Danilo, Michael, Cebolinha e Bruno Henrique). Todos tentando se recuperar de lesões musculares.
Com exceção do zagueiro Danilo, hoje um doublé de lateral, todos com papel fundamental na fase ofensiva, onde o técnico exige mais do que atacar os espaços.
O segredo do Flamengo de Filipe Luis está na marcação à saída de bola do adversário e não é fácil cumprir tal função. Começa com o treinamento puxado e exige intensidade enquanto houver gás. Vem daí a queda de ritmo do time e a necessidade das trocas nos minutos finais.
Como este é o primeiro trabalho do agora técnico Filipe Luís no comando do elenco profissional, conduzindo os processos de montagem desde o planejamento, há que se questionar o quanto isso poderá custar nas disputas do Brasileiro, Libertadores e Mundial.
Lembro que ele mesmo, ao assumir, levantava a hipótese de perder jogadores por lesão. Mas que preferia correr o risco a violentar suas ideias de jogo. E que assumia a responsabilidade no caso de infortúnios.
Os números até aqui sustentam a defesa do treinador e a torcida parece fechada com ele, por ver em campo um Flamengo sempre em busca dos gols.
O problema é que, apesar das vitórias, a queda de produção nos minutos finais começa incomodar. As atuações de Arrascaeta, o cérebro do time, já não têm o mesmo brilho e os cochilos defensivos sugerem cansaço. Mano Menezes, técnico do Fluminense, já percebeu tal coisa. Só por isso a decisão do Carioca ainda está aberta.
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