Lupi não vê Lula separando reajuste do INSS de mínimo
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (17)
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, não vê hipótese de o presidente Lula acatar a proposta de desvincular alguns benefícios previdenciários da política de reajuste do salário mínimo. A ideia foi levantada pela ministra Simone Tebet (Planejamento) como parte da agenda de redução de despesas da União. “Sou radicalmente contra e acho que isso não passa sem me ouvir. Eu sou ainda ministro da Previdência. Não vejo possibilidade nenhuma de Lula, que eu conheço há 40 anos, fazer isso”, disse em entrevista à Coluna/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
O ministro avalia que a alteração na correção dos benefícios afetaria, principalmente, a população mais frágil da sociedade, e defende que a revisão de gastos recaia sobre outros grupos, como empresas, militares e o Judiciário.
Contas. Lupi estima que a redução da fila de pedidos de benefícios vai gerar um aumento de despesas até setembro, porque novos beneficiários ingressarão no sistema. Mas, a partir deste período, ele diz que a tendência é a elevação de gastos deixar de crescer de forma vertiginosa, pois será eliminado o dispêndio da União com o atraso nos pagamentos.
Incentivo. O ministro da Previdência criticou a desoneração da folha de pagamento dos municípios, negociada entre Congresso, prefeitos e Fazenda. Lupi avalia que a medida incentiva as prefeituras que têm regime próprio a migrar para o INSS, impactando mais as contas da União.
Lógica. “A queixa que se tem é que a Previdência é deficitária. Como eu equilibro as contas dando sempre algum tipo de isenção ou diminuição do imposto?”, indagou. “Acho muito mais salutar refinanciar a dívida dos municípios”, acrescentou o ministro.
Avançou. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou projeto que altera a Lei de Acesso à Informação (LAI) e autoriza solicitações anônimas. Hoje, é preciso se identificar para pedir uma informação via LAI.
Escolhido. Ministro de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta quer nomear o ex-prefeito de Taquari (RS) Emanuel de Jesus, o Maneco, como número dois da nova pasta. Hoje, Maneco é secretário de Comunicação Institucional na Secom da Presidência, ministério do qual Pimenta se afastou para assumir a autoridade federal.
Aposta. Maneco deve aceitar o cargo e, em 2026, disputar uma vaga na Câmara pelo PT-RS. A medida provisória que formalizou o Ministério da Reconstrução permite a criação de dez cargos, para além das vagas de ministro e secretário executivo. Pimenta ainda avalia quem vai compor o restante da equipe.
Apoio. O ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, se comprometeu a levar ao presidente Lula um pedido para incluir bancos estaduais e cooperativas gaúchas nas linhas de subvenção anunciadas pelo governo federal. A demanda foi apresentada por frentes parlamentares ligadas ao setor produtivo.
Crédito. Lula anunciou R$ 2 bilhões via Pronampe e Pronaf. A operação é exclusiva em instituições federais como Caixa e Banco do Brasil. As frentes dizem que os bancos federais têm poucas agências em vários municípios afetados pela tragédia.
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"A mudança do clima é um problema global, mas temos que assumir nossa responsabilidade: 56% dos nossos municípios não têm qualquer ação climática” - Marcos Woortmann, Virada Parlamentar Sustentável