Governadores, de novo, no alvo das fake news
Equipes de comunicação de governadores identificaram uma “segunda onda de ataques” coordenados contra eles nas redes sociais. Intenso no começo da pandemia, o movimento arrefeceu no segundo semestre.
Porém, foi retomado na segunda quinzena de fevereiro, quando Jair Bolsonaro colocou a culpa pelo aumento de preço dos combustíveis nos governadores. Desde o domingo, a onda ganhou contornos de tsunami quando o Presidente divulgou informações no mínimo equivocadas sobre repasses federais ao combate à Covid-19 nos estados.
Déjà… A maior parte das fake news foi a respeito de lockdowns: no Ceará, um “decreto” com a logo do governo cearense baixava a medida por 40 dias.
…vu. No Maranhão e no Piauí, um mesmo texto sobre supostas medidas de restrição (inclusive com multa de R$ 180 para pessoas físicas) teve de ser desmentido pelo governo.
Gabinete? O tema foi debatido por secretários estaduais de Comunicação do Nordeste: acreditam em uma ação coordenada.
Alerta. Em São Paulo, a Casa Militar monitora as ameaças ao governador João Doria. Apesar de serem frequentes, pioraram nos últimos dias em redes sociais e até no WhatsApp particular dele. A “agravante” foi o anúncio da fase vermelha no estado.
Sem tempo. A secretária de Comunicação do Rio Grande do Norte, Maria da Guia Dantas, disse que a situação é “surreal”: “O Brasil com tantas mortes e, desde o final de semana, estamos gastando o precioso tempo da comunicação oficial para esclarecer sobre informações distorcidas”.
Fecha. Aliás, até amanhã, Ceará e Rio Grande do Norte devem apertar medidas restritivas, mas sem decretar (ainda) lockdown.
CLICK. Na reunião da cúpula do Ministério da Saúde com a Pfizer (na tela), em que discutiram a compra de vacinas, uma ausência salta aos olhos: a de máscaras.
Pinóquio. Bolsonaro, de novo, mentiu. Desta vez, mentiu sobre a vacinação. O Brasil está longe de ser exemplo para o mundo.
Rolando Lero. Eduardo Pazuello adora gerúndio, planilhas e cronogramas. E assim vai enrolando alguns parlamentares e o Ministério Público, a turma do “me engana que eu gosto”.
Motivos. A rendição de Bolsonaro às queixas de grupos de caminhoneiros, principalmente em relação ao preço do óleo diesel, foi vista no Ministério de Infraestrutura como “política”.
De olho. A pasta monitora diariamente a categoria e, desde o início do ano, não vê qualquer risco de paralisação real de caminhoneiros autônomos, embora perceba algumas insatisfações pontuais.
Fogo de palha. Alguns grupos chegaram a ensaiar protestos no Rio, em Minas e em Pernambuco, ontem, por causa do reajuste do piso mínimo do frete rodoviário, que ficou abaixo da expectativa, mas nenhum deles perdurou.
Bate em... Para compensar ter zerado o PIS/Cofins sobre diesel e gás, o governo federal aumentou imposto sobre os bancos e acabou com o Regime Especial da Indústria Química.
... em Francisco? Industriais paulistas querem saber se o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que recorreu contra o governo de São Paulo por medida semelhante, fará o mesmo com o amigo Jair Bolsonaro.
Pronto, falei!
Sobre grave momento da pandemia e discursos econômicos populistas
"Governar é tomar decisões. É arbitrar. Quem não quer contrariar interesses não governa".
Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo