Extinção de órgãos públicos é “música” para relator
O relator do Orçamento da União de 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), afirmou ontem que considera “o tamanho do Estado brasileiro um absurdo” e que está disposto a ajudar o ministro Paulo Guedes (Economia) e o governo Jair Bolsonaro no esforço de reduzir esse custo. Indagado sobre reforma do Estado pra valer, com extinção de órgãos até da Justiça, Bittar admitiu: “Isto é música para os meus ouvidos”.
Lições paternas
Bittar aprendeu com o pai, gerindo os negócios da família, a importância do trabalho e o valor do dinheiro desperdiçado no setor público.
Aprovação necessária
Ele está confiante na aprovação do “gatilho” na Constituição que protege o teto de gastos e permite reduzir carga horária e salários de servidores.
Teto desrespeitado
Outro teto que preocupa o senador é aquele que limita os vencimentos de servidores. “Essa é uma lei que simplesmente não funciona no País”.
Veto para ser mantido
Bittar não se conforma com a tentativa de derrubar o veto presidencial, que levou Paulo Guedes, a quem admira, chamar isso de “crime”.
Hipocrisia e oportunismo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse em 27 de julho que liberdade (de expressão) “não é ilimitada”. Ontem, mudou de ideia por completo: liberdade é “um valor inegociável”, disse. A diferença? Um caso tratava de bolsonaristas, o outro, de antibolsonaristas.
TSE legislador quer fixar cota
e verba para negros
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomará hoje a “análise de consulta” em que seus ministros assumirão o papel de “legisladores”. O TSE discutirá sua nova “lei”, destinando a candidatos negros “reserva de vagas e cotas” do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas, o Fundão Eleitoral. O autor, ministro Luís Roberto Barroso, que nunca foi filiado, desconhece que é a participação no partido que gera candidatura, não a cota. E é o Congresso que deve deliberar sobre isso, não o TSE.
Estímulo à fraude
No caso das mulheres, a reserva não estimulou maior participação feminina. Estimulou apenas muitas fraudes, como na eleição de 2018.
Plantação de laranjas
A “lei” demagógica obriga o partido a “caçar” candidatos que ocupem cotas e vagas para participar da eleição. Aí nascem os “laranjas”.
Fraude ou extinção
Com sua “lei”, o TSE vai criar um problemão para partidos de municípios do Sul, por exemplo, de população inteiramente branca. Serão extintos?
Assassino confesso
O terrorista italiano Cesare Battisti deixou com a cara no chão políticos, partidos e juristas de meia pataca que defenderam seu “asilo político”. De volta ao xilindró, o bandidão canalha logo confessou seus crimes.
Casta privilegiada
O presidente Jair Bolsonaro prorrogou a permissão para reduzir jornada e salário. A medida vale apenas na iniciativa privada, servidor público está em outro nível e, segundo o STF, não pode contribuir com o país.
A terrível
A deputada Flordelis foi indiciada por arquitetar a morte do marido, Anderson do Carmo. Vista por muitos como “terrivelmente evangélica”, os relatos dos investigadores revelam ser apenas uma terrível assassina.
Gaúcho de volta
Preso, humilhado e retido no Paraguai, cuja Justiça retaliava o Brasil pela ordem de prisão do ex-presidente Horácio Cartes, fabricante do cigarro ilegal vendido no mercado brasileiro, Ronaldinho Gaúcho finalmente foi libertado sem pagar resgate.
Aposta no pânico
Na cruzada para manter o clima de pânico, a TV ouviu uma especialista sobre reinfecção por Covid. A doutora tentou desestimular o jornalismo de funerária: “Mesmo confirmado, não é motivo para pânico”. Foi inútil.
Crítica de rico
Quem minimiza o Renda Brasil de R$ 247, comparando com os R$ 191 pagos, em média, pelo Bolsa Família, diz ser “só R$ 56”. Na verdade, é um aumento de 30% na renda de quem mais precisa e fará diferença.
Pensando bem...
... a liberdade de expressão está indefesa: só aparecem defensores do que é expressado e não do direito de se expressar.
Voto de confiança
O ex-ministro Delfim Netto disse ontem que não conhece o senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator da “super PEC”, mas recebeu ótimas informações. “O Senado precisa se recuperar”, afirmou, ainda impactado com a molecagem de 42 senadores, dias atrás no episódio do veto.
Governo envelhece logo
O jornalista Edísio Gomes de Matos, falecido em Brasília, era muito inteligente e bem-humorado. Grande contador de histórias.
Saiba de uma que contou para poucos amigos. Quando jovem, um tio farmacêutico permitia o jogo do bicho em sua farmácia quando um candidato a governador do Ceará empunhava, como bandeira de campanha, o fim do jogo no Estado. O candidato ganhou.
O jovem Edísio, preocupado, procurou o tio. A resposta dele foi a seguinte: “Se preocupa não, menino. Todo governo novo fica velho...”