Quem quer ter um gato precisa colocar tela nas janelas
Antes de receber um animal em casa, é importante se preparar para a chegada do novo morador. No caso dos gatos, há uma particularidade: é necessário telar as janelas. Não importa se mora em casa ou apartamento, andar baixo ou alto. As redes de proteção são item obrigatório!
Os bichanos são curiosos e nutrem uma paixão pela altura. Por mais que sejam equilibrados, podem escorregar ou se distrair com um inseto.
De acordo com especialistas, os riscos de viverem em locais onde as janelas não têm proteção são vários, como queda e acesso à rua, onde podem ser feridos, envenenados, roubados ou adoecerem.
Tâmara Jaretta, médica veterinária mestre em ciência animal e sócia-proprietária da Prefiro Gatos, observa casos frequentes de “Síndrome do Gato Paraquedista”. O termo se refere a lesões sofridas por bichanos em decorrência de quedas.
“O paciente pode sofrer ruptura de baço, ter fenda palatina, ficar politraumatizado, precisar de cirurgia de emergência ou falecer”, pontua.
O perigo existe mesmo em alturas baixas, segundo a veterinária. Até cerca de três andares (lembrando de considerar pavimentos de garagem e área de lazer), o animal não consegue fazer a rotação do corpo para cair em pé.
Em locais mais altos, até conseguem virar, mas, se sobreviverem, terão lesões. Já quando moram em casa, o perigo está no acesso à rua.
“Quando o tutor não tem a rede de proteção em casa ou ainda está se preparando para receber um gato, aconselhamos telar e falamos dos riscos. Mesmo que a janela fique fechada direto, o dia que abrir, ele pode se acidentar. Já na rua, pode ser atropelado, envenenado, pegar doença, ser roubado...”
Por esses e outros motivos, muitas ONGs e protetores de animais têm a tela de proteção em janelas como requisito mínimo para interessados em adotar gatos.
Em setembro do ano passado, a dona de casa Aretuza Sabino, de 44 anos, já estava preparada para a chegada do Gato e ciente dos perigos. O gatinho do irmão e da cunhada já se acidentou ao cair da janela e precisou passar por cirurgia.
“Eu já tinha grade nas janelas, mas colocamos tela antes do Gato chegar. Ele adora ficar na janela, onde tem uma floreira, vigiando tudo que acontece na rua. Ele gosta da brisa, dos passarinhos e de ver o movimento.”
Mais de 700 animais resgatados no Estado
A negligência de tutores põe em risco a segurança não apenas de gatos. Cães, aves, burros, cavalos e até hamsters já precisaram ser socorridos pelo Corpo de Bombeiros no Estado. Em 2020, os bombeiros realizaram 723 resgates de animais, segundo dados da corporação. Em 2019, foram 799 ocorrências.
Capitão Pedroni, assessor adjunto de comunicação dos Bombeiros, cita casos como o de um hamster que caiu no vão de um banco de praça, burros e cavalos presos em fossas, gatos em árvores ou locais de difícil acesso e filhote de gavião em caixa de ar-condicionado.
“Tem situações que ocorrem pelo instinto do animal, mas acontecem também por omissão ou negligência. Burros, por exemplo, se ficarem perto de fossa, podem cair e não conseguir sair. Para gatos, a tela é importante. Os donos têm de monitorar o animal e prevenir acidentes”, orienta o capitão.
Ele explica que os bombeiros agem no socorro de quase todos os animais quando estão em risco de vida. Apenas animais silvestres e exóticos contam com a atuação da polícia ambiental.
“Os bombeiros não distinguem se é um animal em risco. Entendemos a importância de resgatar todo tipo de vida, humana ou animal”, enfatiza ele, que recorda uma fatalidade em 2019. O subtenente Cordeiro morreu enquanto atuava no resgate de um cão que estava preso há três dias em uma área de difícil acesso em Alfredo Chaves.
Saiba mais
Perigos em apartamento
- Se o gato cair de altura baixa, não tem tempo de girar para cair em pé.
- Em alturas elevadas ele até consegue girar, mas o impacto é maior.
- Se sobreviver, pode sofrer várias lesões e precisar de cirurgia de emergência.
- Se não notarem logo que o pet caiu, pode nem dar tempo de socorrê-lo.
- Esse tipo de acidente é tão comum que tem um termo para as lesões: Síndrome do Gato Paraquedista.
Risco em casas
- Além da queda se a casa tiver mais de um andar, o acesso do gato à rua também é perigoso.
- Na rua, ele pode ser atropelado, envenenado, brigar com outros gatos, pegar alguma doença, ser agredido por humanos ou então ser roubado.
Fonte: Tâmara Jaretta, veterinária.