Vídeo pornô acaba com evento virtual da Ufes
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Um encontro virtual realizado por alunos do curso de graduação em Letras-Inglês da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foi invadido por outros usuários, que interromperam o evento e exibiram vídeos pornográficos e símbolos nazistas, na tarde da última terça-feira.
O encontro contava ainda com a participação de alunos de fora da Ufes. A mediadora do Conversation Club, como é chamado o projeto, aluna do curso Katilaine Chagas disse que a invasão aconteceu logo no início, quando várias pessoas entraram simultaneamente na sala.
“Os 17 participantes tinham acabado de se apresentar, quando, de repente, entraram quase 10 pessoas ao mesmo tempo. Logo em seguida, um deles colocou um vídeo pornográfico e compartilhou a tela para que todos pudessem ver”, relatou a aluna.
Katilaine, que também é professora de Inglês, contou que ficou chateada com a situação. “Havia um senhor que tinha acabado de se apresentar para a turma e estava empolgado para conversar. Logo depois, também entrou uma senhora e, aí, os invasores entraram. É uma situação chata”, ressaltou.
Outra aluna do curso, Sofia Malinoski, relatou que um dos invasores exibia uma imagem de Adolf Hitler, líder nazista. “Algumas pessoas já haviam saído da sala, mas um dos invasores colocou um vídeo que mostrava o rosto de Hitler e a suástica nazista. Durou cerca de dois minutos”, comentou.

De acordo com Katilaine, ainda não foi registrada ocorrência na delegacia, mas o grupo está decidindo qual medida tomar.
Professora do curso e uma das coordenadoras do projeto, Lívia Fortes lamentou o ocorrido, e informou que o grupo já está tomando medidas para que esse tipo de situação não ocorra novamente, como a criação de um cadastro, uma lista de e-mails ou alguém responsável pelo controle da entrada de participantes.
Ela também disse que o encontro virtual é uma maneira de democratizar o acesso das pessoas à língua inglesa.
O especialista em crimes cibernéticos Eduardo Pinheiro, colunista de A Tribuna, explicou que esse tipo de ação é crime, passível de punição com prisão.
“A veiculação de símbolos nazistas é crime e está na Lei de Racismo. A punição é de dois a cinco anos de prisão. Já a exibição de pornografia, nesse caso, pode ser considerada injúria. A pena para esse crime é a detenção pelo período de um a seis meses”, afirmou.
Algumas dicas
Crie um ambiente mais seguro
- Para tentar inibir a ação de invasores, pode ser criada uma Virtual Private Network (VPN), que cria uma camada de proteção, evitando que hackers tenham acesso aos dados daquele ambiente online.
- O ideal é que os administradores (ou os responsáveis pela videochamada) não tornem a sala de reunião pública, para que apenas eles tenham o controle da chamada.
- Fazer chamadas com um determinado grupo, com pessoas que tenham interesse ou relação com as reuniões ou aulas, é o mais indicado.
- O administrador dessas salas de vídeo online pode optar por criar uma senha de acesso para o ambiente. Dessa maneira, apenas terá acesso à sala quem receber a senha.
- Também pode ser criada uma sala de espera, em que o administrador consiga controlar a entrada dos convidados. Assim, o responsável consegue saber, antes da entrada, quem está solicitando a participação na chamada.
- O administrador pode ainda fazer uma lista de participantes previamente, para saber quem está inscrito e quem vai participar da videochamada.
- Pode utilizar uma plataforma de credibilidade, para evitar que a segurança do ambiente seja afetada.
- Deve Verificar se os usuários estão utilizando a versão atualizada do programa de videoconferência.
Fonte: Eduardo Pinheiro, especialista em crimes cibernéticos.
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