X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Uma cidade do ES onde 10 mil moradores vivem da pesca

Dos 34 mil habitantes que atualmente moram em Itapemirim, mais de 10 mil trabalham exclusivamente com os pescados


 

Imagem ilustrativa da imagem Uma cidade do ES onde 10 mil moradores vivem da pesca
O preparador de pescado Leandro Scheider e o pescador Uielis Costa mostram com orgulho o atum |  Foto: Roberta Bourguignon/ AT

É do mar que vem a maior renda dos moradores da cidade de Itapemirim, no litoral Sul capixaba. Dos 34 mil habitantes que atualmente moram no município, mais de 10 mil  vivem exclusivamente da pesca.  

Considerado o maior terminal pesqueiro do Estado, com 640 embarcações de grande, médio e pequeno porte registradas no município, o porto de Itaipava, distrito de Itapemirim, é o principal ponto de partida e de chegada desses trabalhadores.  

O preparador de pescado Leandro Scheider, 40, e o pescador Uielis Martins Costa, 40, recebiam as toneladas de atum que chegavam nos barcos de pesca durante essa semana e mostraram a espécie com orgulho à reportagem. 

O pescador Rogério Lima Coimbra, de 48 anos, começou na pescaria aos 15 anos e herdou a profissão da família.  “A única oportunidade de emprego no passado recente aqui em Itapemirim é a pesca. Já venho de uma família de pescadores, então é algo bem comum. Comecei como tripulante, e sempre com a visão de ter o próprio barco. Tenho meu próprio barco, e agora organizo as viagens para os pescadores, e fico em terra”, conta Rogério.  

“A pesca é tudo aqui. Nossa cidade vive da pesca, principalmente Itaipava e Itaoca. Crescemos da pesca, e vivemos dela até hoje. De 10 casas que você passar, pelo menos seis são de pescadores. A economia das famílias gira em torno da pesca”, ressalta.  

O pescador André Gustavo, 41, conta que entrou para a profissão aos 13 anos de idade e,  aos 18, virou mestre do barco. Hoje possui três embarcações. Quando vai para o mar, chega a ficar até 20 dias.

“Dependemos diretamente da pesca. Até mesmo os pedreiros, os comerciantes, todo mundo. A vida na pescaria não é fácil. Com 41 anos já busco uma maneira de me aposentar”, explica.

“Para sair com o barco temos uma despesa muito alta. O custo é de R$ 60 mil. E como vamos saber se terá peixe? Só Deus mesmo. Já saímos para pescar e voltamos sem nada. O mar é imprevisível”.   

Em terra, grande parte das mulheres dos pescadores é marisqueira. Elas buscam o sururu nas ilhas de Itapemirim, levam para cozinhar, tiram da concha e ensacolam o marisco para a venda.

Última geração de pescadores

 

Imagem ilustrativa da imagem Uma cidade do ES onde 10 mil moradores vivem da pesca
Dioner Benevides: concorrência |  Foto: Roberta Bourguignon/ AT

Os barcos que vêm da China, Espanha e de outros países começam a preocupar os pescadores de Itapemirim. Eles contam que com barcos gigantes, que possuem capacidade até 10 vezes maior do que as embarcações capixabas, essa pode ser a última geração de pescadores artesanais.  

O pescador Dioner Benevides, 38, conta que em alto-mar a concorrência é desleal, já que as embarcações estrangeiras estão invadindo cada vez mais o litoral brasileiro. Eles foram autorizados a pescar no Brasil em 2010, para atingir a cota anual da pesca de atum espadarte, de 4,720 toneladas.  

O secretário municipal de Agricultura e Pesca, Pércio Pablo Raposo Viana, frisa que para ajudar os pescadores está vigente em Itapemirim o subsídio de óleo diesel, no total de  30% para cada barco.  

“Temos o abastecimento aqui, e na hora de pagar eles pagam  70% do abastecimento. São pescadores registrados no Programa Estatística Pesqueira de Itapemirim”, explica.

Pescados exportados principalmente para os EUA

 

Imagem ilustrativa da imagem Uma cidade do ES onde 10 mil moradores vivem da pesca
Considerado um dos maiores exportadores de atum do País, o município de Itapemirim vende a maioria dos seus pescados para os Estados Unidos. |  Foto: Roberta Bourguignon/ AT

Considerado um dos maiores exportadores de atum do País, o município de Itapemirim vende a maioria dos seus pescados para os Estados Unidos. 

Segundo dados da Associação Brasileira de Piscicultura, somente o Rio Grande do Norte pesca mais atum do que Itapemirim. 

O secretário municipal de Agricultura e Pesca, Pércio Pablo Raposo Viana, que também é pescador, explica que os profissionais fazem principalmente a pesca pela modalidade espinhel horizontal para fisgar o atum. 

“Quando vamos para o mar, trazemos várias espécies de peixes, mas as principais são o atum e o dourado. Os pescadores saem do porto de Itaipava e não necessariamente voltam até aqui para a comercialização do pescado. As embarcações passam em outros portos para a venda”, destaca.

A venda  às vezes é feita antes de chegar no porto, e assim que os peixes são desembarcados, já vão direto para os caminhões que levam para diferentes cidades e até para fora do País. 

“Os EUA são o país que mais compram o atum, mas também comercializamos para  São Paulo, Rio de Janeiro e todo o Espírito Santo.  Alguns pescadores chegam a ter renda mensal de mais de R$ 50 mil. Esses são donos de embarcações, que cresceram  e hoje fazem somente a gestão dos barcos”.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: