Turistas são orientados a deixar praias para não aproximar Estado do lockdown
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Turistas e banhistas estão sendo orientados a deixar as praias da Grande Vitória para que o Espírito Santo não se aproxime da necessidade de “lockdown” (bloqueio total).
O governador do Estado, Renato Casagrande, anunciou que isso vai acontecer se a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) atingir 91% - atualmente está em 85,57%.
Nesta quinta-feira (11), feriado de Corpus Christi, agentes municipais e militares da Polícia e do Corpo de Bombeiros percorrem praias de Vitória, Serra, Vila Velha, Fundão, Guarapari, Anchieta e Piúma, numa ação denominada Operação Covid-19.
Os frequentadores foram abordados e orientados a ir para casa por conta do risco de contaminação.

Com o dia ensolarado, praias como Praia da Costa, em Vila Velha, Curva da Jurema, na capital, e Enseada Azul, em Guarapari ficaram cheias. Na Praia do Morro, um casal que veio de Minas Gerais foi abordado na areia e decidiu deixar o local. O empresário Geovani Inácio Rocha, 56, contou que não tinha conhecimento das recomendações.
“Chegamos ontem (quarta-feira), e não estávamos sabendo do decreto. Gostaríamos, sem dúvida, de continuar na praia, mas como não pode, o jeito é curtir da varanda do apartamento mesmo”, disse o empresário.
Contaminação
Especialistas apontam que a possibilidade de contágio aumenta na praia por conta do vento e da aglomeração.
“O aumento da taxa de ocupação dos leitos está diretamente ligada ao aumento do número de casos. Na praia, sabemos que as pessoas não usam máscaras e não respeitam os dois metros de distância. É um local que favorece a transmissão”, explicou a infectologista Martina Zanotti.
O subsecretário da Guarda Civil Municipal de Vitória, Evandro Sipolatti, contou que nem todos os banhistas obedeciam as orientações. “A legislação não permite a retirada das pessoas, mas é preciso mais consciência delas para não aumentar o nível de contaminação e ocupação de leitos”, afirmou.
Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o infectologista Crispim Cerutti ressaltou que esse comportamento é um risco neste momento da pandemia. “Estávamos quase em equilíbrio entre oferta e demanda de leitos, mas, dessa forma, nos aproximamos da superlotação, já que pode haver mais demanda do que oferta”, afirmou.
Caso seja necessário decretar, o “lockdown” no Estado proibirá a circulação de pessoas pessoas entre 21h e 5h, prevê multa para quem desrespeitar as restrições e estabelece um rodízio da saída da população às ruas de acordo com o número final do CPF.
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