Terceira idade: ranking aponta as cidades com mais centenários no ES
Mais de 500 pessoas têm 100 anos ou mais no Espírito Santo, de acordo com cartórios. Municípios do Norte lideram as estatísticas
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Eles nasceram antes da TV chegar ao Brasil, viram o homem pisar a Lua e atravessaram guerras, pandemias e transformações tecnológicas. Mais de 500 pessoas no ES ultrapassaram a marca de um século de vida.
Levantamento do Sindicato dos Notários e Registradores do Espírito Santo (Sinoreg-ES) revela de onde são os 515 centenários do Estado. Pinheiros, no Norte, lidera o ranking capixaba, com 40 pessoas que ultrapassaram os 100 anos, seguido de perto por Linhares, com 38 registros confirmados.
Segundo a vice-presidente do Sinoreg-ES, Fabiana Aurich, a contagem considera o local de registro civil das pessoas, ou seja, não necessariamente o mesmo em que vivem hoje. Ela aponta que, nos últimos anos, houve alta do número de pessoas centenárias, devido ao aumento da expectativa de vida. “As estatísticas do registro civil têm nos mostrado isso”.
Uma das mais novas centenárias do Estado é Jurema de Almeida Costa, a dona Zuzu. Ela completou 100 anos em 24 de junho e segue como inspiração para muita gente, pela vitalidade e lucidez. Nascida em Porto de Cariacica, foi lá que ela viveu por toda a vida. “Onde eu moro hoje era roça”, lembra.
Ela conta que o segredo para chegar aos 100 é viver, aceitar e ter fé em Deus. “Procuro manter as amizades, ver o lado bom das coisas. Isso é muito importante”.
Apesar da idade, Zuzu mantém sua autonomia em casa. Para manter a mente ativa, ela também gosta de fazer caça-palavras.
A geriatra e vice-presidente da Sociedade de Geriatria e Gerontologia no Espírito Santo, Fernanda Sperandio Cott Paiva, destacou que, com o envelhecimento da população, é esperado um aumento no número de centenários.
“Apesar de ainda serem uma pequena parcela da população, há vários países que observam esse aumento. Isso provavelmente se deve à melhor qualidade de vida, incluindo avanços em tratamentos médicos, mais acesso a saneamento e saúde. Além disso, um estilo de vida mais saudável nas chamadas “Zonas Azuis”, onde hábitos culturais favorecem a longevidade”.
Duas guerras

Duas guerras mundiais, uma ditadura militar, mudanças na moeda brasileira e a pandemia da covid-19 são alguns dos eventos históricos que marcaram a vida de Isnar Alves de Almeida, conhecida como Dona Neném.
Moradora de Sooretama, no Norte do Estado, a aposentada completa 118 anos no próximo dia 24 de agosto, e mantém a lucidez. “As pessoas sempre perguntam como faço para chegar à idade que tenho, mas não tem segredo nenhum. Gosto de preparar minha comida, arrumar a casa, receber as vizinhas e lavar roupa”, conta.
1ª moradora de bairro

Dona Doracy Silva Câmara, uma das centenárias mais conhecidas de Cachoeiro de Itapemirim, é famosa por gostar de cantar e conversar com amigos e familiares.
No bairro Novo Parque, é assim que todos a reconhecem. Nascida em 11 de outubro de 1924, Doracy conta que foi a primeira a chegar ao local onde vive atualmente, o que explica o carinho e o círculo de amizades que a cercam.
“Gosto de cantar e de bater papo com quem vem me visitar. Aqui é minha casa, meu lar, e ter amigos por perto é uma grande alegria para mim”, diz dona Doracy.
Fique por dentro
Centenários do ES
Um levantamento do Sindicato dos Notários e Registradores do Estado do Espírito Santo (Sinoreg-ES) aponta que o Estado possui mais de 500 indivíduos que já ultrapassaram os 100 anos de idade.
Para garantir uma maior confiabilidade na identificação de pessoas vivas, foi realizada uma dupla verificação, com base no CPF da pessoa:
Primeira verificação: é checado se o CPF consta na base de dados de óbitos. Caso conste, o registro é descartado.
Segunda verificação: são consultados dados da Receita Federal. Se não houver indicação de óbito, considera-se que o registro não apresenta indício de morte. A pessoa passa a ser contabilizada.

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