Quadrilha de golpistas tenta enganar secretário do ES em compra pela internet
Integrantes de uma organização criminosa tentaram enganar Edmar Camata, secretário de Estado de Controle e Transparência
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Depois de fazer vítimas no Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, integrantes de uma organização criminosa tentaram enganar o secretário de Estado de Controle e Transparência, Edmar Camata, após ele ter colocado um celular à venda em um site na internet.
Só que os criminosos não contavam que o secretário, que também é policial rodoviário federal, desconfiaria que pudesse ser vítima de um golpe e iria procurar a Delegacia Regional de Vila Velha, há exatamente uma semana.
A estratégia usada pela quadrilha era a mesma: após a identificação das vítimas, os bandidos efetuavam o negócio com os vendedores e enviavam comprovantes de pagamento falsos ou informavam que o pagamento seria realizado após a entrega do produto.
Um motorista de aplicativo ou um membro da organização ia buscar a mercadoria na casa do vendedor e, posteriormente, os produtos eram entregues para outros dois bandidos. Para cada produto recebido, eles pagavam R$ 100.
Foi isso que aconteceu com o secretário: após a denúncia, o delegado mandou policiais o acompanharem até o local onde foi marcado o encontro com um motorista de aplicativo que iria receber o aparelho, na Praia da Costa, em Vila Velha.
De lá, os policiais acompanharam o trajeto do motorista de aplicativo até Guarapari, onde ele fez a entrega do objeto negociado para um dos integrantes da organização. O pagamento pelo produto não foi realizado e os policiais de Guarapari e Vila Velha prenderam o recebedor da mercadoria.
No Estado, além do secretário, os bandidos fizeram outras duas vítimas. A polícia procura outros dois acusados.
Entrevista| "Erros de português foram sinais", diz secretário
Com a sensação de dever cumprido por ter colaborado com a polícia na investigação que resultou na identificação de três acusados de integrar uma organização criminosa, o secretário de Estado de Controle e Transparência, Edmar Camata, conversou com a reportagem e falou sobre o caso.
Os líderes foram indiciados pelos crimes de estelionato qualificado, falsidade ideológica e formação de organização criminosa. Além disso, a Polícia Civil representou pela decretação de prisão preventiva de todos os envolvidos.
A Tribuna - O que aconteceu após anunciar o celular em um site de vendas da internet?
Edmar Camata - Eu fiz um anúncio de um telefone que eu não estava mais usando. Anunciei por R$ 1,5 mil. Uma mulher, na verdade, uma golpista que se passava por uma compradora, começou a conversar comigo pelo WhatsApp e enviou e-mail como se fosse a própria plataforma de vendas.
Como desconfiou?
Foi relativamente fácil perceber que se tratava de um golpe. Os erros de Português foram os primeiros sinais. Eu reparei que tinham erros na mensagem supostamente enviada pela plataforma de vendas. Não é comum ter erros básicos de português, fiquei meio ressabiado e fui acompanhando. Fiz uma pesquisa na internet e vi que tudo indicava que era um golpe.
Aí eu vi que as mensagens que eu recebia no e-mail confirmando a venda não tinham registro na plataforma e a menina começou a me pressionar dizendo que um motorista de aplicativo iria na minha casa pegar o telefone.
Ela dizia: 'Você vai receber a liberação do pagamento'.
Nesse momento, vi que se tratava de um golpe. Fui à delegacia. A sensação é de dever cumprido em ajudar a polícia a identificar os acusados e, evitar, novas vítimas.
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