Pular corda é melhor para a saúde do que correr, diz estudo
Quando a pessoa está saltando, o pé atinge o solo por períodos mais curtos de tempo do que durante uma corrida, afirmam pesquisadores
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Brincadeira de criança, esporte ou exercício físico? O ato de pular corda pode ser tudo isso, mas o fato é que a atividade foi relacionada a resultados mais rápidos do que uma corrida.
A conclusão está em uma meta-análise de 21 estudos publicada no Journal of Sports Sciences, uma das principais publicações científicas do mundo no segmento.
O estudo mostra que, quando a pessoa está saltando, o pé atinge o solo por períodos mais curtos de tempo do que durante uma corrida. “Quanto menos tempo gasto no solo, maior é o tempo avançando no resultado”, ressaltou o pesquisador da Universidade de Essex, Jason Moran, um dos autores do estudo.
Além disso, pular corda também aumenta a potência. Com o movimento rápido do salto, os músculos e tendões precisam se contrair e recuar mais rápido, fornecendo a mesma quantidade de força. Essa mesma quantidade de força em um período de tempo mais curto aumenta o poder.
Por ser uma atividade repetitiva, o salto aumenta o número e a eficiência das fibras musculares de contração rápida.
“É uma alternativa muito boa como atividade física para quem deseja melhorar o condicionamento e emagrecer, pois causa uma variação na rotina de treino, o que motiva mais e aumenta a queima calórica do dia”, ressaltou o profissional de Educação Física Lucas Zucoloto Pinto, coordenador técnico da CrossFit Citius.
A atividade também traz uma melhora nos ossos. Isso porque o tecido ósseo é dinâmico, com um ciclo constante de construção e degradação. Quando os ossos são elaborados a tensões repetidas, como pular corda, é estimulado a ficar mais forte.
“Atividade física que gera impacto nos membros inferiores aumenta a densidade óssea. Toda tensão imposta aos ossos gera modificação no tamanho, forma e densidade. O osso fica mais forte quando colocado sob pressão em cargas repetidas. E tudo que estimula a massa muscular fortalece o osso”, explicou o ortopedista Bernardo Terra.
O especialista, no entanto, faz um alerta de contraindicação. “As contraindicações de atividades de impacto são para pessoas que podem ter algum desvio anatômico dos membros inferiores ou artrose avançada do joelho ou tornozelo. Neste caso, a indicação são atividades sem impacto, como na água e bicicleta”.
Atividade necessária na pandemia
A empresária Fabricia Leão Borges Scampini, 36 anos, pula corda há cinco anos. “Na verdade, voltei a praticar há cinco anos, pois quando criança já fazia, mas como brincadeira”, conta.
Ela, inclusive, prefere praticar o pulo de corda do que a corrida, e relata que são vários os benefícios.
“Não gosto de corrida, então foi uma alternativa que tive para perder peso”, afirmou Fabricia, que pratica com a filha Sabrina Scampini e as amigas Gley Mattos e Suellen Borges Dalmaso.
“Quando entramos na pandemia, me ajudou mais ainda, pois tivemos de ficar mais restritos em casa, e essa atividade foi ainda mais necessária. Além do ganho físico, me desestressa e acalma”.
SAIBA MAIS
O estudo
- Trabalho foi feito por pesquisadores da Universidade de Essex, do Reino Unido, com base em 21 estudos.
- A análise foi publicada no Journal of Sports Sciences and Medicine.
Benefícios
Velocidade para os ganhos
- Ao reduzir o tempo que o pé fica no solo, com os pulos, maior será o tempo avançando para os ganhos.
- Por conta disso, a atividade foi relacionada a resultados mais rápidos do que uma corrida, por exemplo.
Potência e força
- O movimento rápido faz com que os músculos e tendões precisem se contrair e recuar mais rápido.
- Essa força em um período de tempo mais curto aumenta o poder.
Fibras musculares
- Por ser uma atividade repetitiva, aumenta o número e a eficiência das fibras musculares.
- Condicionamento e queima calórica
- Com a queima calórica, ajuda quem deseja emagrecer, melhorando o condicionamento físico.
Fortalecimento dos ossos
- Por gerar impacto e ter uma carga repetitiva, a atividade aumenta a densidade óssea, fortalecendo o osso.
Fonte: Journal of Sports Sciences and Medicine e especialistas consultados.
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