Professor da Ufes é diagnosticado com Malária após viagem
A informação foi divulgada pela própria instituição de ensino
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Um professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) está internado, com diagnóstico de malária, possivelmente contraída em uma viagem de trabalho realizada à África, em agosto. A informação foi divulgada pela própria instituição de ensino.
Por nota, a Ufes revelou que o professor é docente do Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas do campus de São Mateus desde 2008 e coordena a parte brasileira do convênio de cooperação técnica trilateral firmado entre Brasil, Portugal e Moçambique. O projeto prevê a caracterização e implementação de um sistema de produção de café sustentável no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique.
O professor, identificado como Fábio Luiz Partelli, também é diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPPG) da Ufes.
A Secretaria da Saúde (Sesa) informou que foi notificada sobre o teste positivo e ressaltou que a Vigilância em Saúde monitora o caso.
Detalhes sobre o estado de saúde dele estão reservados aos familiares.
Malária no ES
Ainda de acordo com a Sesa, só neste ano foram registradas 172 notificações de casos suspeitos de malária no Espírito Santo. No entanto, destas, somente seis casos foram confirmadas para a doença após exames laboratoriais. No ano passado o registro foi de 283 notificações de casos suspeitos, sendo 20 casos confirmados. Não há óbitos registrados em ambos os anos.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego. É considerado um caso suspeito de malária, a pessoa que apresente febre e que seja residente ou tenha se deslocado para área onde haja transmissão da doença.
A Sesa ressalta que, por meio da Vigilância Ambiental e Epidemiológica, realiza a vigilância dos casos em todo território capixaba, junto às vigilâncias municipais, de forma a observar a entrada de possíveis casos importados e também evitar surtos da doença.
No Espírito Santo há dois tipos da doença, a malária autóctone, que ocorre na região montanhosa, onde circula apenas o protozoário Plasmodium vivax. Esta é pouco frequente e geralmente evolui de forma benigna. Já a malária introduzida, que pode ocorrer em quase todo o Estado pode ser causada tanto pelo Plasmodium vivax, quanto pelo Plasmodium falciparum, sendo que o segundo causa uma forma mais grave e aguda da doença.
Para os casos de malária introduzida é necessário que haja um caso importado da doença em uma localidade com a presença do mosquito vetor. O inseto, ao picar a pessoa doente e não tratada pode se contaminar com o protozoário e, cerca de 10 dias depois, infectar outras pessoas.
O tratamento para malária é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita, mediante diagnóstico laboratorial confirmatório ou teste rápido. É importante esclarecer que não há vacina contra a malária no Brasil, entretanto, existem estudos em desenvolvimento para a população de países Africanos, onde a doença é endêmica.
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