Pixinguinha: Perereca que muda de cor é a nova descoberta no Estado
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Uma nova espécie de perereca foi identificada por pesquisadores do Projeto Bromeligenous - IMD e do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), em Santa Teresa, Região Serrana do Estado. Descoberta no início do ano passado, recebeu o nome científico “Scinax pixinguinha” (perereca-pixinguinha).

Descrita em estudo publicado no jornal científico Ichthyology & Herpetology, a perereca-pixinguinha foi batizada pelos pesquisadores com esse nome em homenagem ao músico Pixinguinha, conhecido por composições de sucesso como “Rosa” e “Carinhoso”.
O biólogo João Victor Lacerda, pesquisador do Projeto Bromeligenous e do INMA, e um dos autores do estudo, explica que o nome é uma referência à alegria da descoberta em meio ao atual cenário de destruição da mata atlântica.
“Encontrar uma nova espécie em meio a esse cenário tem o poder de, momentaneamente, transformar nosso lamento em felicidade. Essa mistura de sentimentos nos lembrou o saudoso Pixinguinha que, feito mágico, transformava notas de choro, o ritmo, em lágrimas de alegria”, explicou o biólogo.
Segundo João Victor, a descoberta do anfíbio é algo inédito para todo o planeta, pois a espécie ainda não era conhecida pela ciência. Descoberto após um ano de estudo, tem características únicas: os machos de perereca-pixinguinha podem medir até 2,8 centímetros e as fêmeas 3,8 centímetros no máximo.
Com o canto único, durante a noite no período reprodutivo, eles apresentam coloração amarelo dourado. Durante o dia, os anfíbios dos dois sexos têm diferentes tons de cinza, bege e marrom.
Para o ecólogo e professor da Ufes e diretor do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Sérgio Lucena, a descoberta do anfíbio é vista com muito entusiasmo.
“A região de Santa Teresa é muito rica em sua biodiversidade e todos os dias pesquisadores do mundo todo trabalham em busca de novas descobertas. Achar um invertebrado, ou uma planta, ou qualquer espécie nova é motivo de otimismo para nós”, ressaltou Sérgio.
Para o presidente do Instituto Goiamum, Iberê Sassi, a nova espécie representa um alerta para a necessidade de preservar o meio ambiente. Segundo ele, restam menos de 7% de mata atlântica preservada.
“Essa descoberta nos faz uma alerta para preservarmos, pesquisarmos e estudarmos mais, assim vamos conseguir cuidar e descobrir muitas outras que existem no nosso meio ambiente”, revelou.
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