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Cidades

Pastor é afastado da igreja após denúncia de assédio contra criança


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Após denúncia de assédio sexual feita pela própria filha, uma universitária, de 21 anos, um pastor evangélico, de 50 anos, que atua em igrejas de Anchieta e Piúma, litoral Sul do Estado, foi afastado da igreja.

Imagem ilustrativa da imagem Pastor é afastado da igreja após denúncia de assédio contra criança
Delegacia de Anchieta |  Foto: Roberta Bourguignon

Na Delegacia de Anchieta, o pastor e a mulher foram ouvidos. A Polícia Civil pediu medida protetiva em favor da universitária, que foi concedida pela Justiça. O pastor é proibido de se aproximar da estudante no limite de 100 metros.

A universitária é filha adotiva. Foi adotada aos 11 anos, e revela que os abusos começaram logo após a adoção. “Foram mais de 10 anos de abuso. Ele sempre me tocou”, afirmou.

Ela lembra como foi a primeira noite na casa do pastor. “Ele deitou comigo. Eu achei estranho, mas não cheguei a interpretar como algo estranho, já que eu nunca tinha tido uma figura masculina na minha vida. Achei que pudesse ser afeto. Não lembro se houve toque, mas ele ficou abraçado comigo de ‘conchinha’ e eu fiquei parada. E na época eu só pensei: eu tenho pai e é isso”, lembrou.

Ao longo dos 10 anos com os pais, a universitária conta que os episódios de assédio chegaram a acontecer quase toda semana, e em algumas ocasiões até mais de uma vez no mesmo dia.

“Eu dizia que não queria, mas ele não se importava. Ele esfregava o órgão genital dele em mim, e também ficava me estimulando. Mesmo sem consentir, quando mais velha acabava sentindo prazer natural. E ele sempre soube que isso era errado, porque ele fazia e depois me pedia perdão. Ele já me pediu perdão até na frente da igreja”, declarou.

Além da denúncia na polícia, a universitária entregou uma carta à igreja. Nas cinco páginas, ela descreve que os estupros aconteciam quando a mãe não estava em casa, e não conseguia contar para ninguém. Somente agora, como estudante de Direito, é que decidiu falar.

“As únicas pessoas que eu tinha na vida eram ele e ela (os pais). Todos os amigos que eu teoricamente tinha eram amigos deles também. Eu não via oportunidade para contar isso a ninguém, e os estupros continuavam se perpetuando, e ficavam piores a cada dia. Até mesmo a psicóloga era amiga deles”.

Em entrevista ao jornal A Tribuna, o pastor negou que tenha cometido qualquer abuso contra a filha.

“Quem nos conhece, não acredita”

O pastor que foi afastado da igreja recebeu a reportagem de A Tribuna na casa onde mora, em Anchieta, e disse, ao lado da mulher e do advogado, que “quem nos conhece não acredita nessa história”.

“Ninguém que é molestada durante 10 anos tem a relação que minha filha tinha comigo. É incabível. Ela sentava no meu colo, me beijava”, disse o pastor.

Ele afirmou que a filha tem problemas psiquiátricos, psicológicos, e ao longo do período que morou com os pais frequentou profissionais da área para tratamento, e que neste momento a filha não está tomando a medicação.

“Foram oito profissionais entre psicólogos e psiquiatras cuidando da minha filha, e nunca houve essa história. Eu já pedi para sair de uma cidade, de uma igreja, por causa dela, mas ela não parava”.

Ele completa. “A psicóloga sempre nos orientando de como lidar com ela. Até que um dia sentamos à mesa e nos indagamos, o que é melhor para ela, e ela disse que o melhor seria morar sozinha. E decidimos que assim seria. Nos comprometemos a pagar o aluguel, a faculdade, fazer a mudança e montar sua casa, e foi o que fizemos”, afirmou.

Os problemas enfrentados com a universitária nos últimos anos, segundo o pastor, eram em relação a namorados. A filha queria ter uma vida a dois dentro da casa dos pais, o que não era acordado entre eles.

“Eu falava que relação sexual dentro da minha casa eu não permitia. Sempre tivemos esse posicionamento pela minha posição na igreja também. Ela me pedia para deixar de ser pastor, porque era muito peso para ela carregar o nome de filha do pastor, com tudo que ela fazia por trás e sempre estourava por cima de mim. As pessoas vinham me contar que minha filha estava aprontando na rua”.

Sobre o afastamento da igreja, o líder religioso disse que a acusação é grande e tem de ter prova.

“Pastoralmente eu concordava com o afastamento, mas minha indignação é que eles me afastaram fora do tempo. O que eles fizeram não foi constitucional. Não tive direito de defesa, e até hoje não tenho”.

Afastamento vai até dezembro

O pastor evangélico, de 50 anos, acusado de assédio sexual pela própria filha, uma universitária de 21 anos, está afastado da igreja desde o mês de abril e a decisão do caso acontecerá até o final de dezembro deste ano.

Procurados pelo jornal A Tribuna para esclarecer sobre o afastamento, os representantes da igreja informaram que o pastor, em função de queixa formalmente apresentada em seu desfavor, está afastado preventivamente de suas funções eclesiásticas.

Eles informaram ainda que o pastor está respondendo a um processo administrativo disciplinar no tribunal eclesiástico da igreja, que tramita em sigilo absoluto.

A igreja informou ainda que durante o afastamento preventivo do pastor evangélico, está sendo garantido o seu sustento integral salarial, nos mesmos valores que recebia enquanto estava no exercício das suas atividades, até 31 de dezembro de 2021, quando deverá haver a decisão.

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Anchieta, informou que recebeu o Inquérito Policial na segunda-feira, após a autoridade policial ter concluído as diligências solicitadas pela defesa do investigado.

O Ministério Público informou ainda que analisa os autos para a posterior adoção das medidas previstas em lei. 

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