Passos de Anchieta atrai peregrinos até da Argentina
Caminhada, que vai de amanhã a domingo, deve reunir cerca de 3,5 mil pessoas de 14 estados do Brasil e até do exterior
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Em sua 26ª edição, a caminhada Os Passos de Anchieta vai reunir, entre amanhã e domingo, cerca de 3,5 mil pessoas de 14 estados do Brasil e até uma peregrina vinda de Córdoba, na Argentina.
O percurso de mais de 100 km tem início na Catedral Metropolitana de Vitória, no centro da capital capixaba, passa por Vila Velha e Guarapari até chegar na Igreja Matriz de Anchieta.
O roteiro reconstitui a trilha habitualmente percorrida por São José de Anchieta nos seus deslocamentos da Vila de Rerigtiba, atual cidade de Anchieta, à Vila de Nossa Senhora da Vitória, onde cuidava do Colégio de São Tiago, em caminhadas quinzenais que ele empreendia nos últimos anos de sua vida.
“Desta vez temos participantes de estados como Pará, Mato Grosso, Maranhão e Amazonas, e uma argentina. Todo ano temos alguém de fora. Já vieram pessoas dos Estados Unidos e de Portugal”, recorda Carlos Magno Receputi, um dos organizadores do evento.
70% dos peregrinos são mulheres, entre 25 e 65 anos, e os motivos que os levam a caminhar são os mais diversos.
“Tem gente que participa porque gosta dessa convivência em grupo, outras vêm pelo ato de caminhar fazer bem à saúde, e tem ainda os que querem fazer turismo, por ser uma forma de conhecer o Estado, e aqueles que possuem um motivo religioso, ligado à fé”, conta o organizador.
Carlos Magno destaca ainda que os Passos de Anchieta são utilizados para mostrar a cultura capixaba. “Nas quatro chegadas do percurso, vamos ter atrações, como bandas de congo e dança folclórica”.
A caminhada é atualmente um dos maiores produtos turísticos do Espírito Santo, promovendo a geração de renda em diversas comunidades. “A gente gira toda uma economia nos setores de hospedagem, gastronomia e transporte”, avalia.
A agente de turismo Simonne Capeletti, de 59 anos, vai para a sua 20ª edição dos Passos de Anchieta. Sua estreia no percurso foi motivada por um voto de silêncio.
“Fiz para me desafiar, quis ver como era. E foi uma experiência transformadora vivenciar o caminho, a natureza e esse encontro de pessoas. É um caminho diferenciado dos outros por ser uma peregrinação e ser no litoral”, conta.
Aline Esteves tem 60 anos, sendo 18 deles como peregrina dos Passos de Anchieta. Ela é amiga de Simonne e vê no percurso uma oportunidade de fazer novas amizades.
“É um percurso bonito, que está no meu quintal, por que não fazer? Basta ter coragem de dar o primeiro passo. E isso vale para todo caminho que você tiver em mente”.

Você sabia?
O roteiro reconstitui a trilha habitualmente percorrida pelo padre Anchieta nos seus deslocamentos da Vila de Rerigtiba, atual cidade de Anchieta, à Vila de Nossa Senhora da Vitória, onde cuidava do Colégio de São Tiago, em caminhadas quinzenais que ele empreendia nos últimos anos de vida.
Belezas naturais
A professora aposentada Aparecida Borgo, de 58 anos, já participou por duas vezes dos Passos de Anchieta e revela que o dia mais difícil do percurso é o segundo.
“É quando passamos pelo Parque Estadual Paulo César Vinha, em Setiba, mas é um local muito bonito. O trajeto é uma forma de conhecer as belezas naturais do nosso Estado”.

Trajeto tem mais de 100 quilômetros
Passos de Anchieta
Em sua 26ª edição, a caminhada vai reunir cerca de 3,5 mil pessoas de 14 estados do Brasil e até uma peregrina vinda de Córdoba, na Argentina. Este ano, há registros de participantes de estados como Pará, Mato Grosso, Maranhão e Amazonas.
São vários os motivos que levam essas pessoas a fazerem o percurso: fé, prática de uma atividade física, o desafio, a confraternização, por ser uma atividade em grupo, e o turismo.
O percurso, que passa por Vitória, Vila Velha, Guarapari e Anchieta, é de mais de 100 km.
Inscrições
Ainda dá tempo de se inscrever, através do site ospassosdeanchieta.com. A taxa de participação é de R$ 360.
Quando: A 26ª edição da caminhada acontece entre amanhã e domingo.
A Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta monta pontos de apoio, chamados “oásis”, aos peregrinos em intervalos constantes para fornecer água, frutas e medicação para câimbras, bolhas e torções que acabam surgindo.
Na ocorrência de algum caso mais grave, há ambulâncias prontas para remoção de acidentados. Aqueles que acabam desistindo no meio do caminho também podem pegar uma carona nos carros da organização.
Também nos postos, as credenciais devem ser carimbadas para que, no fim do percurso, o peregrino receba o certificado de participação. É preciso ter, pelo menos, metade dos 16 carimbos.
Cada participante cuida da sua própria logística de hospedagem, alimentação e transporte.
Trajeto
1º dia: Sai da Catedral Metropolitana de Vitória. Entre Vitória e Barra do Jucu, em Vila Velha, são percorridos em média 25 km.
2º dia: Entre Barra do Jucu até Setiba, em Guarapari, são 28 km.
3º dia: Entre Setiba e Meaípe, ainda em Guarapari, são percorridos 24 km.
4º dia: Entre Meaípe até Anchieta, na Igreja Matriz do município, com os 23 km finais.
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