“Parecia cenário de guerra”, diz capixaba que está na Espanha
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As autoridades espanholas adotaram medidas rígidas para limitar que as pessoas saíam de casa no país que já tem mais de 11 casos confirmados do novo coronavírus e 491 mortes por conta da doença.
O capixaba Alailson Vescovi está na cidade de León, na província de León y Castilha, situada ao Norte da Espanha. Ele relatou o cenário em que se encontra a cidade e a falta de produtos nos supermercados.
Nesta terça-feira (17), em meio a rotina de quarentena forçada que foi imposta pelo governo espanhol, o filho de Alailson, o pequeno Lourenço, comemorou o aniversário de 5 anos com um bolinho.
Tudo fechado
“Paramos tudo. Escolas, bares, restaurantes, tudo que pode haver aglomerações está fechado. No meu caso, sou comercial e, como estive em outros países, recentemente, não posso nem entrar na empresa. Tenho que tentar trabalhar de casa. As únicas coisas abertas são unidades de saúde para urgências e emergências (consultas e exames totalmente cancelados), supermercados e mercadinho, padarias para comprar e sair, porque não pode comer lá dentro. Postos de gasolina, óticas e loja de produtos de informática”.
Proibido andar na rua
“Não está permitido andar na rua a não ser por motivos de força maior, por exemplo ir e voltar do trabalho, compra de alimento e medicação, assistência a saúde, cuidados com pessoas vulneráveis, serviços de óticas e ortopedia e outros. Neste momento, estamos restringidos às ações de sobrevivência. Nada de lazer, diversão ou passeio”.
Cenário de guerra
“Na sexta e sábado, foi muito complicado parecia cenário de guerra (o supermercado). Acabaram muitos itens como carnes, leite, água, álcool em gel, frutas e verduras, papel higiênico e etc. Este último todos estão perguntando por quê? Mas hoje (segunda), fui ao mercado e as coisas estão bem normais perante a situação. Ainda há produtos que não chegaram, mas haviam muitos paletes de material para colocar nas prateleiras para normalizar a situação. Já estamos mais tranquilo e vi as pessoas fazendo compras conscientes, pouco para que todos tenham. Minha compra foi de 15 euros, o suficiente para completar o que faltava para uma semana”.
“Não fizemos estoque de comida. Fizemos uma compra normal para uma semana no sábado e hoje. Mas nada de estoque. Este é o problema muitas pessoas estão em paranoias com isso é causam o pânico”.

Sem contato
“Nada de contato físico. É só um ‘Hola’ (olá, em português) e pronto. Nem tão pouco conversam muito. Estão solicitando que paguemos as compras com cartão de crédito para evitar contato”.
Filho
“O Lourenço (filho do capixaba) está bem. Nós que temos que inventar coisas para entretê-lo, mas está consciente. Explicaram na escola de que precisa ficar em casa".
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