Pais e alunos estão com medo de perder ano letivo
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Com as aulas suspensas há 45 dias, e a indefinição sobre o seu retorno, pais e alunos vivem a dúvida sobre a recuperação do ano letivo e o risco de acabar com o aprendizado prejudicado nesse período.
A analista de atendimento júnior Elizângela Pinha teme que a filha Raphaela, de 15 anos, estudante do 9º ano do ensino fundamental da rede municipal da Serra, acabe prejudicada logo no ano de transição para o ensino médio.
“Quando as aulas foram suspensas ainda estava no início do ano, eles ainda estavam revisando matérias do ano passado. Desse jeito, quando as aulas voltarem, eles vão ter que correr com o conteúdo, passar apenas resumos, e os alunos podem sair despreparados para o ensino médio”, afirma.
Ela reclama também que até agora não foi passado nenhum conteúdo complementar para que os alunos estudassem em casa.
A encarregada de RH Glauciene Paiva afirma que a filha Glaicielly, 12 anos, que cursa a 7ª série do ensino fundamental na Escola Viva de Vale Esperança, em Cariacica, está tendo dificuldades para acessar o conteúdo online da Secretaria de Educação do Estado.
“Às vezes o site está muito lento e acaba terminando a sessão. Creio que ela pode perder o ano letivo, pois quando voltarem ao normal vão ter muitas atividades”.
A pedagoga Rosiele de Paula teme que o filho Victor, 8 anos, da 3ª série da rede municipal de Vitória, seja reprovado devido aos prejuízos que este período sem aula.
“Meu filho tem dificuldade de aprendizagem. Tenho quase certeza que não vão passá-lo porque ele não sabe ler, e por mais que estude em casa, o auxílio da professora na sala é primordial”.
Quem está no terceiro ano vê prejudicada a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os vestibulares. Laura Rios, 16 anos, se desdobra entre aulas online e a falta de perspectivas sobre o retorno do curso.
“Além do impacto na preparação, o adiamento do retorno às aulas preocupa. Hipóteses sobre acabar o ano letivo ano que vem, adiamento das provas, geram ansiedade. Pensamos: ‘logo no meu ano?’”.
Autorizadas atividades não presenciais em todo ensino
O Conselho Nacional de Educação (CNE) autorizou a oferta de atividades não presenciais em todas as etapas de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior. A partir do ensino fundamental, as atividades podem contar para cumprir a carga horária obrigatória.
O parecer foi elaborado para orientar a educação do País em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19), que levou à suspensão de aulas presenciais.
O parecer ainda precisa ser homologado pelo Ministério da Educação (MEC). Conselhos estaduais e municipais de Educação poderão ainda definir como cada localidade seguirá as orientações.
As decisões finais sobre como ficará o calendário escolar deste ano caberão a estados, municípios, às instituições de ensino superior e às escolas privadas.
As atividades não presenciais podem ser ofertadas por meio digitais, ou não. Podem ser ministradas, por exemplo, por meio de videoaulas, de conteúdos organizados em plataformas virtuais de ensino e aprendizagem, pelas redes sociais, programas de televisão ou rádio, entre outras formas.
Estado e prefeituras respondem aos pais
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, o projeto Educar, que oferece conteúdo e aulas online e em canais de televisão, não substitui a grade curricular e os alunos que não realizarem as atividades não serão prejudicados.
Os alunos que perderam o conteúdo que passar na TV podem recuperá-lo no site www.sedu.es.gov.br/escolar.
Já a Prefeitura da Serra está preparando atividades para seus alunos fazerem em casa e está disponibilizando o material no site da prefeitura.
A Prefeitura de Vitória elaborou materiais de aprendizagem e disponibilizou no site da prefeitura e no Boletim Online para que os alunos possam acessar a qualquer hora e servir de auxílio.
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