X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Oswaldo Moscon: “Dei corda no relógio da Praça 8 por 30 anos”

O aposentado conta que precisava usar uma manivela para subir dois pesos de 20 quilos cada um até a torre da edificação


Imagem ilustrativa da imagem Oswaldo Moscon: “Dei corda no relógio da Praça 8 por 30 anos”
Oswaldo Moscon conta que teve loja no centro de Vitória durante 50 anos e parou de trabalhar aos 89 anos |  Foto: Heytor Gonçalves/AT

“É com muito orgulho que falo sobre uma paixão por relógios que começou na adolescência, aos 14 anos. Sempre fui curioso e aprendi a consertá-los observando o meu pai José Davi Moscon, já falecido, quando a gente ainda morava em Santa Teresa, na Região Serrana do Estado.

Eu acompanhei a evolução dos relógios ao longo dos anos. Os primeiros eram mecânicos, depois automáticos e os de quartzo, que prevalecem até hoje.

Leia mais sobre Cidades: O que eu vi e vivi

Abrimos uma loja de relógios e foram 50 anos com ela na Rua do Rosário, no centro de Vitória. Além disso, fiz a manutenção do Relógio da Praça 8 da década de 60 até a década de 90. Eu dei corda no Relógio da Praça 8 durante todo esse tempo.

Imagem ilustrativa da imagem Oswaldo Moscon: “Dei corda no relógio da Praça 8 por 30 anos”
Praça Oito, no centro de Vitória, onde fica relógio com 81 anos de história |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Era o responsável por dar corda praticamente todos os dias. Eram dois pesos de 20 quilos cada um. Você chegava lá, tinha a manivela, e você ia enrolando a corda, e o peso ia subindo. Vai até a torre. Daí, em 24 horas, ele vai descendo devagar. Antes de cair no chão, você vai lá e dá corda outra vez.

O meu pai também foi o responsável pelo relógio do Convento da Penha por alguns anos. São muitas lembranças.

Só parei de trabalhar com quase 90 anos, na pandemia, após mais de 70 anos de história. Agora gosto de curtir a minha casa de praia, a família, mas não abro mão de visitar a loja que temos no Shopping Vitória, onde ainda tenho o meu cantinho que, por muitos anos, era o lugar onde eu consertava os relógios.

De geração em geração

Fico feliz em saber que os negócios passaram de geração para geração. Primeiro, quem assumiu os negócios foi o meu filho Oswaldo Moscon e, depois, o meu neto Thomas Moscon, que tem 23 anos. Atualmente, a família tem duas lojas, no Shopping Vitória e no Shopping Vila Velha.

Estudo

Fiz o ginásio completo, que hoje é o ensino médio. Servi o Exército como soldado. Foram cinco meses aqui no Estado e cinco meses no Rio de Janeiro.

No Exército, eu colocava uma banquinha e mexia nos relógios dos militares nas horas de folga. Cobrava pelo serviço. Apesar de ter gostado da experiência em servir, fiquei muito feliz quando voltei a trabalhar na minha loja.

Pontualidade

Sou uma pessoa pontual. Quando marco compromisso, chego meia hora antes ou, às vezes, na hora. Mas chegar atrasado é muito difícil.

Trabalho

Agora eu tirei férias (risos), mas trabalhei muito, 22 horas por dia, de segunda a sexta-feira, começando às 8 horas e indo até a madrugada. Durante o dia, atendia os clientes na loja. À noite, consertava os relógios. Isso de 1970 para 1980. Dava muito serviço e tinha de impulsionar os negócios. Cheguei a ter 15 relojoeiros. Sempre foi muito gratificante. Depois, passamos a vender joias e relógios. Ah, se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo de novo.

Segredo do sucesso

Quando me perguntam qual o segredo do sucesso, eu falo que é a honestidade. Quem trabalha de forma honesta vai longe. Também é preciso ter paciência com os clientes, ter respeito. Ao longo desses anos, eu ganhei amigos.

Dinheiro

Dinheiro não é tudo, mas sem dinheiro não temos nada. É preciso saber fazer o dinheiro render. É preciso trabalhar e não gastar tudo. Tem de fazer economia sempre, ter o saldo positivo. Ninguém sabe o dia de amanhã.

Família e longevidade

A família é a base de tudo, e o segredo para chegar aos 92 anos foi trabalhar com o que eu gostava, não fazer besteira. Eu nunca fumei, bebo vinho socialmente e gosto de pescar. Já pesquei uma sarda de dois quilos.

Levo uma vida leve e sou feliz. A pandemia não me parou. Não tive covid e não tenho problemas de saúde, graças a Deus. As coisas ruins, a gente deixa passar e pensa sempre nas coisas boas. Não devemos guardar rancor.

Tecnologia

Eu acompanho o avanço da tecnologia. Lembro da época em que tinha o rádio relógio. O celular é uma inovação. Hoje você está aqui sentado e fala para qualquer parte do mundo.

Eu não fico para trás com a tecnologia, sei mexer no celular e nas redes sociais. Não podemos deixar a tecnologia passar à frente. A gente tem de ficar sempre ligado nas novidades da era digital para não ser um velho burro (risos)”.

Perfil

Oswaldo Antônio Moscon

Nascido em Santa Teresa e criado em Afonso Cláudio, ele se mudou para Vitória com os pais aos 16 anos, quando começou sua história com relógios e joias, no centro da cidade. Foram 50 anos com a loja funcionando na Rua do Rosário.

Católico, casou-se com Elza Moscon, com quem teve um casal de filhos, quatro netos e uma bisneta.

No esporte, não esconde o orgulho de dizer que é vascaíno.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: