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“Presenciei a chegada de novas doenças”, diz freira

Maria Joana Otília, a Irmã Otília, tem 90 anos e desde 1966 visita diariamente os pacientes da Santa Casa de Cachoeiro


Imagem ilustrativa da imagem “Presenciei a chegada de novas doenças”, diz freira
"Só vou parar quando Deus me levar. É de domingo a domingo, sem folga. O meu coração não aceita folga. Quando eu morrer, eu paro” |  Foto: clóvis Rangel

"Moro na Casa das Irmãs de Cachoeiro de Itapemirim há 60 anos e, desde então, visito diariamente os pacientes da Santa Casa. Lá, vi surgir novas doenças.

Vi de perto os primeiros contaminados pela dengue e pelo HIN1. Também vi de perto muitos enfermos partirem de Aids no início da doença. A Santa Casa é como se fosse minha segunda casa.

Aos sete anos, eu já ajudava minha mãe a lavar roupas dos vizinhos, que por um motivo ou outro não podiam executar essa tarefa. Senti naquele tempo que queria servir às pessoas através do meu trabalho.

Mas o desejo de seguir a vida religiosa veio mais tarde, mais ou menos aos 16 anos. Falei com os meus pais e começamos a caminhar para realizar esse sonho.

Nada de luxo

Apoiada por minha família, quando eu tinha 17 anos aproveitei a presença de um bispo no meu estado natal, que é Minas Gerais, para falar para ele sobre o desejo de ser freira, e ele me encaminhou para um colégio religioso de lá logo em seguida.

No colégio religioso era tudo muito bonito, com muito luxo. Por mim, vendia aquelas coisas todas e dava aos pobres.

Voltei ao bispo e falei para ele que aquele não era o meu lugar, ele entendeu e me encaminhou para um local onde eram tratadas crianças com transtornos psiquiátricos.

Fui conhecer e era uma situação muito triste, até assustadora, mas senti no meu coração que ali eu seria útil e poderia abençoar a vida daquelas crianças. Foi um tempo de muito aprendizado. Após isso, vim para Cachoeiro.

Trabalhos manuais

Eu realmente sou muito feliz. Sou uma pessoa simples e só cumpro o que Jesus me mandou fazer. Após as visitas aos enfermos, todos os dias, entre 20h e 21h, me dedico a algum trabalho manual, como crochê, marca ou bordado. Faço isso só para quebrar o galho.

É bom fazer alguma coisa e o versículo que move meu coração é ‘Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’.

Anjo de Cachoeiro

Ganhei o apelido carinhoso de “Anjo de Cachoeiro”, mas não me gabo. Nasci em Oliveira, cidade a 150 km de Belo Horizonte, sou a sétima de 14 irmãos. Comecei minha vida religiosa trabalhando com os doentes em Belo Horizonte.

Em 1960, recebi o santo hábito e, nove anos mais tarde, fiz os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência.

Antes da Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim, já levei conforto aos enfermos em vários locais, como Colatina, Vitória, Araxá, Governador Valadares e Rio de Janeiro.

Planos futuros

Só vou parar quando Deus me levar. É de domingo a domingo, sem folga, sem nada. O meu coração não aceita folga, porque, para o doente, não existe folga. Quando eu morrer, eu paro.

Esqueço-me de mim para o bem do doente, vou em todos os leitos. Seja que doença for, seja quem for. Hoje, infelizmente, eu não posso viajar sozinha de ônibus. Então os meus sobrinhos vêm me buscar.

Passo uns 20 dias em Oliveira. São momentos muitos bons, porque eu amo a minha família. Todos do Cristo Rei e da Santa Casa também são minha família”.

Depoimento cedido ao repórter Clóvis Rangel.

PERFIL

Maria Joana Otília, a Irmã Otília, tem 90 anos e nasceu em Oliveira, Minas Gerais. Começou a vida religiosa trabalhando com os doentes em Belo Horizonte.

Em 1960, recebeu o santo hábito e, nove anos mais tarde, fez os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. Mora na Casa das Irmãs de Cachoeiro de Itapemirim desde 1966 e visita diariamente os pacientes da Santa Casa do município.

Também já visitou doentes em Colatina, Vitória, Araxá, Governador Valadares e Rio de Janeiro.

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