Motoboy atropelado em briga de trânsito recebe alta do hospital
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Uma semana após o acidente que matou a garçonete Franciane Bueque da Silva, de 33 anos, o esposo dela que pilotava a moto no momento do acidente, o motoboy Webster Luiz dos Santos Matos, 19, teve alta do hospital e se recupera na casa de um amigo em Guarapari.

A motorista de 36 anos que atropelou o casal em uma moto e arrastou o veículo por quase um quilômetro em Guarapari, continua presa. A mulher foi autuada em flagrante por homicídio consumado e um tentado, ambos qualificados pelo motivo fútil, e pode pegar até 40 anos de prisão.
Webster teve fratura na coluna, e segundo a mãe, a dona de casa Kelly Cristina Conceição dos Santos, 42, ele continua com muitas escoriações pelo corpo, e passa bem.
“Graças a Deus ele saiu do hospital depois de sofrer um acidente causado por essa mulher tão ruim, tão covarde, que tentou tirar a vida do meu filho, e tirou a vida da minha nora que era tão trabalhadeira e inocente, não fazia mal para ninguém. De um lado eu fico com o coração aliviado pelo meu filho, mas por outro apertado por saber que não temos mais ela aqui”, disse a mãe.
Kelly Cristina participou na tarde desta quinta-feira, da manifestação organizada pelos familiares e amigos do casal, que pede justiça pela morte de Francine e pela tragédia ocorrida.
“Ela (a motorista) está presa, mas pode ser solta porque apresentou um laudo que está em tratamento de cabeça. E a justiça vai estar onde? É muito triste. Por ela ter um poder aquisitivo, ela pode ser solta. De um lado a gente pensa de um jeito, e a justiça pode pensar de outro. A vida foi tirada e nada pode ser feito. É muito revoltante porque a família fica como? Ela deixou dois filhos menores. Tomara que ela seja punida para não tentar mais contra a vida de ninguém”, completa a mãe de Webster.
Franciane foi enterrada sábado

A garçonete Franciane Bueque foi enterrada no último sábado. Amigos e parentes chegaram a passar mal durante o enterro, e a mãe, a dona de casa Rosangela Bueque, de 60 anos, disse não acreditar que a filha não está próxima dela mais.
“É muito triste pra mim. Ela era mãe dos filhos e me ajudava em tudo. Dói muito ter que vir aqui, vi ela no dia do acidente, e não acredito até hoje (que a filha morreu). Eu tenho a impressão que eu e minha filha vamos nos vê muito em breve”, conta a mãe ainda emocionada.
A tia Angelita Bueque, 49, declarou que é muito difícil aceitar uma morte dessa maneira. “Ela sempre foi pai e mãe para os filhos, e era a mãe da mãe dela. Neste momento ela estava correndo atrás de uma cirurgia do coração para a mãe. E agora como ficamos? Ela é uma guerreira. Criou os filhos sozinha. Não poderia ter morrido dessa maneira. Ela uma jovem, tinha um futuro brilhante pela frente. Morta por uma mulher desiquilibrada”, disse a tia.
O acidente
O acidente aconteceu na tarde da última quinta-feira (26), no bairro Parque Areia Preta, em Guarapari, após uma discussão de trânsito que terminou com a morte da garçonete e deixou o motoboy ferido.
Os dois estavam de moto, e segundo a Polícia Militar, a mulher de 36 anos que estava de carro atropelou o casal e arrastou o veículo por quase um quilômetro.
Aos militares, a motorista disse que a briga começou por causa de um esbarrão no retrovisor.
“Ele esbarrou no retrovisor dela. Eles discutiram. Segundo a condutora do carro, ela foi ofendida com palavras que ela não costuma aceitar. Ela jogou o carro em cima da moto e assumiu friamente que fez de propósito. Ela disse que estava em um momento de raiva, e perdeu o controle, cometendo essa atrocidade”, explicou o soldado Allan.
Que completa. “Ficamos surpresos com a forma que ela foi passando as informações. Ela disse que estava com muita raiva, e foi agindo sem se importar com as consequências, e ela disse que quando chegou lá na frente resolveu parar e estacionar para ver se eles teriam sobrevivido”.
Imagens de câmeras de segurança de comércios do entorno mostram o carro Fox branco, arrastando por dois quarteirões a motocicleta que ficou presa no capô do veículo após a colisão.
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