Médicos tiram dúvidas sobre volta às aulas presenciais
Especialistas respondem às famílias como devem proteger as crianças na escola em relação à covid-19
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Com o retorno das aulas presenciais nesta semana nas escolas particulares, e nesta quinta-feira (3) na rede pública estadual, muitas dúvidas sobre como proteger os estudantes da covid-19 surgem entre os pais e os responsáveis.
Para ajudá-los durante esse momento de retorno, médicos especialistas convidados pela reportagem de A Tribuna responderam alguns questionamentos das famílias capixabas. Ao todo, foram respondidas 15 perguntas.
Uma das principais dúvidas da dona de casa Daiane Costa, de 36 anos, é sobre uma possível interação do filho Arthur Costa Valim, 8 anos, com alguma criança positivada para a covid-19. “Se ele tiver contato com algum coleguinha infectado, tem de fazer o teste imediatamente?”, questiona.
Nesses casos, segundo o infectopediatra da Unimed Pedro Peçanha, é importante entrar em contato com o médico da criança para definir a melhor estratégia de testagem. “Existe o tempo certo para testar, que é de três a cinco dias após o contato. Mas, em alguns casos, se vier negativo, tem de repetir o exame”, orienta.
Já a psicóloga Juliana Moysés Vieira, de 40 anos, está com receio de que as escolas voltem às atividades remotas, por causa da quarta onda da doença no Estado.
“Na minha opinião, mesmo que o cenário esteja complicado, acredito que a última coisa que tem de fechar é a escola. Mas será que há o risco das escolas fecharem de novo, igual em 2020? ”, questionou.
O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, informou na última terça-feira (1), durante uma coletiva de imprensa, que “as escolas serão as últimas a fechar e as primeiras a abrir”, caso haja uma nova necessidade de interromper as atividades presenciais.
Outra questão levantada pela assistente de cobrança Valdeise Lima, de 34 anos, está relacionada aos principais sintomas que a filha Lidia Ayram, 13, pode apresentar caso se contamine com a doença.
De acordo com o pediatra e médico da Escola da Ilha, em Vitória, Rodrigo Aboudib, os sinais mais comuns são febre, coriza, dor de garganta, tosse e diarreia.

“É importante ressaltar que, caso algum adulto morador da casa apresente os mesmos sintomas, também devemos impedir a presença da criança na escola”, frisa.
QUESTIONAMENTO DOS PAIS

“Há o risco das escolas fecharem de novo?”
O Secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, afirmou durante uma coletiva de imprensa, na última terça-feira (1), que “as escolas deverão ser as últimas a fechar e as primeiras a abrir diante de qualquer possibilidade de abertura ou necessidade de fechamento”.
Cada aluno tem de levar a sua própria garrafinha d'água?
O infectopediatra da Unimed Pedro Peçanha explica que o bebedouro deve ser evitado, já que as secreções nela presentes podem contaminar outras crianças. Por isso, o ideal é que cada aluno leve a sua garrafinha, ou que a escola forneça algo individual para quem quiser tomar água.
Quantos alunos podem ficar ao mesmo tempo em sala de aula?
Quanto menor o grupo dentro de sala de aula, mais fácil de haver um controle dos responsáveis, como professores e coordenadores. Mas não existe nenhuma regra específica para as escolas. O ideal é que, pelo menos, o distanciamento de um a 1,5 metro entre as carteiras seja respeitado, explica Peçanha.
Quais cuidados tomar na hora da refeição?
As crianças maiores devem tirar a máscara só na hora de comer, e colocá-las assim que terminarem. Higienizar as mãos antes de se alimentar também é importante.
Basta meu filho ficar de máscara ou seria importante que ele também usasse face shield?
O face shield não substitui o uso adequado das máscaras. Elas, inclusive, precisam estar ajustadas ao rosto da criança, para que não haja a entrada de ar em grandes quantidades.
Durante o verão, as escolas podem deixar o ar-condicionado ligado?
Não é ideal deixar todo o ambiente fechado. Para resolver o problema, uma opção é deixar o ar-condicionado ligado por algumas horas, enquanto as janelas ficam abertas e o distanciamento entre os alunos é mantido. Depois, é importante desligá-lo e deixar a circulação de ar fluir naturalmente pelo local, minutos antes de ligar o ar-condicionado de novo.
Caso a criança pegue a doença, em quanto tempo deve ir para a aula?
O pediatra Rodrigo Aboudib esclarece que o retorno dessa criança pode acontecer em sete dias, desde que ela não tenha apresentado nenhum sintoma nas últimas 48 horas (5º e 6ºdia). Se ela ainda apresentar sintomas, deve respeitar o isolamento de 10 dias.
Devo mandar meu filho no transporte escolar?
Se os pais tiverem condições de levar seus filhos, a exposição da criança, de fato, seria menor. Mas quando a família não puder, deve sempre lembrar a criança de utilizar o álcool em gel, higienizar as mãos e usar a máscara corretamente dentro da van.
Já as empresas de transporte escolar também devem se conscientizar sobre trabalhar, dentro do possível, com grupos menores de criança simultaneamente.

“Se o aluno tiver contato com alguém infectado, ele tem que fazer o teste imediatamente?”
O infectopediatra da Unimed, o médico Pedro Peçanha, orienta que os pais entrem em contato com o médico da criança para definir a melhor estratégia de testagem.
E as atividades extracurriculares? Podem acontecer?
Cada escola tem o seu planejamento. No entanto, durante as atividades em que seja possível usar máscara (futsal, handebol, entre outros, típicas das aulas de Educação Física), o ideal é que os alunos utilizem a proteção.
Se não houver como, a exemplo das atividades em piscinas, o ideal seria que a escola tentasse trabalhar com menores grupos de crianças por vez.
É realmente necessário trocar as máscaras de duas em duas horas?
Caso o estudante esteja utilizando máscara de pano ou cirúrgica em sala de aula, deve trocá-la a cada três horas, segundo o infectopediatra Pedro Peçanha. Quando ela estiver suja ou úmida, o ideal é que seja retirada até antes.
Se o aluno pegar covid primeiro e infectar os pais, ele deve esperar o tempo de isolamento da família inteira terminar para voltar à escola?
Quando não tiver mais sintomas, o estudante que fez seu isolamento de, pelo menos, sete dias, pode voltar para as atividades, independentemente dos pais. Em caso de sintomas, deve aguardar 10 dias.
Após o período de isolamento, o aluno deve fazer outro teste antes de voltar à escola?
O pediatra e médico da Escola da Ilha, Rodrigo Aboudib, afirma que isso depende. Se ele quiser retornar à sala de aula depois de sete dias de isolamento, não pode ter apresentado nenhum sintoma nos últimos dois dias. Já após o décimo dia, porém, ela não precisa fazer mais nenhum teste.

“Quais os sintomas que as crianças podem apresentar caso estejam infectadas?”
O pediatra e médico da Escola da Ilha, em vitória, Rodrigo Aboudib, explica que os sintomas mais frequentes são febre, coriza, dor de garganta, dor de cabeça, tosse e diarreia.
Como evitar que as crianças compartilhem objetos?
Para o infectopediatra Leonardo Lence, a principal forma seria através do uso individual do material escolar, mediante controle de professores, diretores, entre outros responsáveis.
Fonte: Especialistas consultados e governo do Estado.
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