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Cidades

Litro de mel produzido no ES chega a custar R$ 500

Mel produzido pela abelha Jataí tem sabor peculiar e produção limitada


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Imagem ilustrativa da imagem Litro de mel produzido no ES chega a custar R$ 500
Apicultor manipula favo de mel: alimento tem recebido novas utilizações |  Foto: Leone Iglesias/AT

Uma abelha pequena, com cerca de 4 a 5 milímetros de comprimento, a Jataí produz um mel diferenciado. Com sabor peculiar e produção limitada, ele é o mel mais caro produzido no Estado. Um litro equivale a 1,4 quilos e pode custar até R$ 500. 

A professora Tânia Mara Guerra, do Departamento de Ciências Biológicas da Ufes, detalhou que trata-se de uma abelha muito  comum. “Às vezes as pessoas espantam com a mão. Por ser tão pequena, associam mais com mosquito do que com abelha”, observou.  

“O mel dela tem propriedades medicinais e um sabor bem cobiçado. Ela acaba usando plantas muitos específicas. Por ser muito pequena, produz bem menos que as demais,  o que faz com que o mel  seja o mais caro que temos no mercado”, detalhou.

O meliponicultor Sixto Lanschi Loureiro, 44 anos, detalhou que não existe um mercado bem estabelecido desse mel no Estado. “É difícil encontrar um litro. Quem produz vende porta a porta, para familiares e amigos, de forma fracionada. É um mel caro. Puro,  pode custar de R$ 400 a R $500 o litro”.

Sixto é criador de abelhas especializado na Uruçu que também produz um mel muito valorizado. Por ser  maior que a Jataí, sua produção também se dá em maior quantidade.

“Ela precisa de ocos de árvores, de troncos grossos. O desmatamento está dificultando para as abelhas acharem esses ocos. São abelhas grandes, bonitas e  vistosas. São raras na natureza, assim como seu mel. O litro custa de R$ 250 a R$ 300”. 

Tanto a Jataí quanto a Uruçu são abelhas nativas do Estado. “O mel das abelhas nativas é diferente das com ferrão. É mais aquoso, menos doce, mais agradável na boca. Por isso está sendo muito utilizado na culinária. O da abelha com ferrão é mais doce, mais enjoativo”.

Ele não produz o mel. Cria as abelhas para vender  em  colmeias. Cada colmeia, em ponto de ser multiplicada,  custa em torno de R$ 700.

Ele explicou que, independente da espécie de abelha, o sabor do mel varia de acordo com a florada. 

 “Agora estamos na florada do café. O mel  vai ter sabor, textura e características do café.  O sabor na boca é totalmente diferente. É possível ter méis diferentes na mesma colmeia  durante o ano”, lembrou.

Produção para a culinária nas aldeias de Aracruz

Um mel que vem ganhando destaque na culinária é o da abelha Uruçu Amarela (sem ferrão), produzido pelas 12 aldeias que compõem o território indígena de Aracruz, sendo sete  tupiniquins e cinco guaranis. A produção média anual  do mel Tupyguá é de 400 a 700 quilos. 

Cooperado da Cooperativa de Agricultores Indígenas Tupiniquim e Guarani de Aracruz  (Coopyguá), Tiago Barros dos Santos explicou que a produção visa atender as comunidades indígenas tanto para segurança alimentar, quanto para uso medicinal e em rituais. Além disso, o produto é  usado na alimentação. 

“É um produto de origem artesanal. Um mel não convencional de abelha nativa”. 

A atividade nas aldeias começou   no final de 2012, mas em 2015 é que foi percebido o potencial produtivo da atividade. Em 2016 teve início a comercialização. “O mel é o néctar de flores desidratado por abelhas. O diferencial das abelhas nativas é que geralmente elas desidratam menos. Tiram menos a água do néctar. O mel da abelha nativa tem características mais líquidas por ser menos desidratado e tem uma acidez maior”. 

O fato de a espécie não ter ferrão facilita a criação, já que  elas podem ser feitas no quintal das famílias, sem oferecer riscos. O mel in natura  custa R$ 44 a embalagem de 200g. Já o maturado custa  R$ 38,50 a embalagem  de 140 gramas. Ele é comercializado no site tupygua.myshopify.com.

Saiba mais

Meliponicultura

- Trata-se da criação de abelhas nativas sem ferrão. Das 243 espécies de abelhas sem ferrão registradas no Brasil, 39 estão presentes no Estado. Três espécies são comumente criadas: Jataí, Uruçu Amarela e  Mandaçaia. Outras espécies possuem potencial para criação: Mumbuca, Mandaçaia, Guaraipo, Monduri, Tubiba, Mandaguari Amarela, Borá ou Jataí Gigante e Iraí. 

Para produzir

- Quem deseja criar abelhas com ou sem ferrão deve seguir alguns passos. O primeiro é buscar conhecimento sobre o tema, entender como se dá o manejo e conversar com apicultures ou meliponicultores. 

- Buscar um local adequado para as colmeias.

- Escolher a espécie que vai criar, entendendo que não pode trazer uma espécie de fora para concorrer por alimentos  com as que vivem aqui.

- As colmeias devem ser compradas de um produtor autorizado. 

- Para iniciar a criação de abelhas o interessado deve buscar autorização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA).

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