Jovem que teve a barriga aberta: Advogado diz que não há provas de crime
Lécio Machado pediu a inocência da namorada do jovem e afirma que ela também é uma vítima
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Em uma ação penal pública, o advogado Lécio Machado, que defende Lívia Simões Paiva Pereira, 20, pediu a inocência da menina.
Ela está sendo apontada como agressora do seu namorado, o universitário Gabriel Muniz Pickersgill, 20. Segundo investigações, a jovem teria machucado o rosto do rapaz e teria aberto a barriga dele com um objeto ainda não identificado.
O crime aconteceu no dia 16 de janeiro, na Praia do Ermitão, em Guarapari. Ele sofreu um corte profundo na barriga, a ponto de ser possível visualizar seus órgãos. O estudante teve o intestino delgado retirado em cirurgia.
O juiz da 2ª Vara Criminal de Guarapari, Edmilson Souza Santos, aceitou a denúncia do Ministério Público. Mas para a defesa, a conduta narrada na denúncia não retrata a realidade, já que no dia dos fatos, tanto Gabriel, quanto Lívia, foram vítimas de um crime cometido por terceiros, que além de agredirem fisicamente os dois, subtraíram bens que estavam em seu poder.
“Errou primeiramente o delegado e errou também o senhor promotor em apresentar uma denúncia sem o devido escopo probatório. E não levou em conta o depoimento do Gabriel que desde o início da investigação deixou claro que a sua namorada não havia praticado tais atos contra ele, e que tanto ele como ela foram agredidos e roubados”, disse o advogado.
Lécio ainda destaca que não há qualquer prova testemunhal, pericial ou documental que comprove as ações alegadas pela polícia. E por isso pede a absolvição de Lívia.
A polícia declarou que as lesões de Lívia seriam lesões de ataque, fato discordado pela defesa.
“Lívia, como consta no exame pericial oficial, teve várias lesões pelo corpo, sendo uma delas um trauma cranioencefálico moderado em região glabelar. Ou seja, uma lesão craniana moderada na testa, além de um corte na perna que teve que ser suturado, outras lesões descritas em laudo pericial oficial e em boletim de atendimento médico, além das fotos apresentadas”, completou o advogado.
Para a Polícia Civil, o casal estava sozinho na praia, já que pelas câmeras de videomonitoramento do parque e de prédios vizinhos não foi identificado nenhuma outra pessoa entrando ou saindo do local.
E na ligação entre mãe e filha, que durou 50 minutos durante a madrugada, a mãe diz ter ouvido somente a voz da menina e, em certo momento, a de Gabriel gritando ao fundo do local onde estava.
ENTENDA
Tentativa de homicídio
Gabriel Muniz, 20, sofreu um corte profundo na barriga e perdeu parte das vísceras na madrugada do dia 16 de janeiro. Ele estaria em um luau com a namorada na Praia do Ermitão, em Guarapari. Seu intestino delgado foi retirado em cirurgia.
O crime foi registrado como tentativa de homicídio por arma branca.
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