Jovem baleada ao sair da igreja tem alta da UTI
Ariele Silva Cardoso, 20, foi atingida por bala perdida no último dia 18 ao voltar para casa com o marido e a filha de 5 meses, em Guarapari
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O recepcionista de hotel Luiz Felipe Dias, de 28 anos, segura no colo a filha Ester, de apenas 5 meses, que precisou ser separada da mãe e teve a amamentação interrompida, após a dona de casa Ariele Silva Cardoso Dias, 20, ter sido baleada acidentalmente quando a família voltava da igreja, em Guarapari, no dia 18.
Os amigos mais próximos e familiares pediram ajuda e conseguiram receber doações de leite para a introdução inesperada da mamadeira na criança.
Já Luiz Felipe deixou o trabalho de lado para visitar todos os dias a sua mulher no hospital e cuidar da filha. O sorriso no rosto de Luiz Felipe já é de alívio, porque, após oito dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, Ariele foi para o quarto. Agora é questão de tempo para ela voltar para casa.
“Ela terá de passar mais um tempo no hospital por causa dos antibióticos, mas logo estará em casa. Ela não consegue mexer uma das pernas e terá de fazer fisioterapia”.
Uma pessoa já doou uma cadeira de banho e outra para ela se locomover. “Estamos positivos com toda a recuperação. Tudo que queremos é estarmos de volta em família”, contou o marido.
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Ariele teve os pulmões atingidos pelo disparo, que entrou pelas costas e saiu pelo braço. O tempo na UTI foi para drenar todo o sangue que se espalhou pelos órgãos. A família voltava da igreja na noite do dia 18, quando tudo aconteceu.
“Geralmente eu saio da igreja e vou direto para o trabalho de bicicleta, mas naquele dia eu estava sem a bicicleta e voltava caminhando com minha esposa e nossa filha no carrinho, quando surgiu um carro na rua e já vieram atirando”, explicou Luiz Felipe.
Ele disse que não sabe quem era o alvo. “Mas rapidamente peguei nossa filha do carrinho, porque ela estava na linha de frente e, quando vimos, a minha esposa caiu no chão após ser baleada”.
Luiz Felipe disse que a cena ficou se repetindo na cabeça dele por vários momentos, mas preferiu se concentrar na recuperação da mulher e nos cuidados com a filha, para se esquecer do pesadelo.
“Foram horríveis os primeiros dias. Era como um pesadelo lembrar a cena o tempo inteiro. Outras duas pessoas foram baleadas e não sabemos se eram os alvos. Só queremos nossa família unida de novo”.
No hospital, Ariele precisou ser submetida a medicamentos para secar o leite devido ao tratamento do pulmão, e não poderá mais amamentar. A família precisa de ajuda com latas de leite e para custear a fisioterapia.
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