Impressora 3D cria produto para substituir gesso
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Quem já precisou imobilizar alguma parte do corpo com gesso sabe o que é enfrentar os tradicionais problemas: suor, odor e a dificuldade de tomar banho sem molhar o curativo.

Mas o avanço da tecnologia trouxe uma novidade: sai o velho e tradicional gesso, entra a tala ortopédica feita por uma impressora 3D. O sistema permite criar, em 20 minutos, um imobilizador feito de plástico colorido, moldável e biodegradável.
Idealizada no Brasil por um fisioterapeuta e um biomédico, a máquina que imprime o novo tipo de imobilizador foi comprada esta semana por um hospital particular de Vitória.
A partir dos moldes desenvolvidos, a impressora confecciona o imobilizador, que pode ser feito sob medida e é maleável, adaptando-se à anatomia do corpo.
“A imobilização feita por uma impressora 3D, além de ser sob medida, é mais leve, confortável e pode ser molhada, o que facilita a higiene. Além disso, é possível ter um controle da pele, principalmente em pessoas que têm alergia e dermatites”, afirmou o ortopedista Gustavo Monte, chefe do Serviço de Ortopedia do Pronto-Socorro do Hospital Santa Rita.
Um dos benefícios da tala impressa é justamente a facilidade para a higienização, já que ela é à prova d'água. Para facilitar essa limpeza, o material possui poros grandes, fazendo com que a água entre em contato com o corpo, mas sem comprometer a imobilização. Já com o gesso tradicional, fazer a limpeza sempre foi uma tarefa difícil.
Inicialmente, a impressora é capaz de desenvolver imobilizações somente para os membros superiores, como dedos, mãos e braços. “Mas todas as indicações de imobilização com tala ou gesso para membros superiores podem ser trocadas pela imobilização realizada pela impressora 3D”, ressaltou Gustavo Monte.
Todo o processo, desde a impressão até a aplicação, leva em torno de 40 minutos. Após pronto, o material, ainda maleável, é colocado no membro que será imobilizado.
O material da tala impressa em 3D é feito com plásticos derivados de beterraba, cana-de-açúcar e milho. Com isso, o imobilizador é biodegradável, podendo ser descartado de forma mais correta e sem poluir a natureza, diferente do tradicional gesso, que não pode ser descartado em qualquer lugar.
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