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Cidades

Idoso vítima da Covid é enterrado em cova alagada em Vila Velha e família se revolta


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A última despedida a um familiar é um momento carregado de dor para quem está em luto pela morte do parente. Durante a pandemia, esse adeus se tornou ainda mais doloroso pelo fato do sepultamento ser realizado em poucos minutos, com caixão lacrado e sem direito a velório no caso de mortes por conta da Covid-19. 

Imagem ilustrativa da imagem Idoso vítima da Covid é enterrado em cova alagada em Vila Velha e família se revolta
Família vai acionar a prefeitura na Justiça |  Foto: Acervo pessoal

Familiares de Ivo de Assis Monteiro, de 83 anos, que foi uma das vítimas da doença no Espírito Santo, tiveram que encarar essa despedida alimentando ainda um sentimento de revolta. O motivo: a cova onde o corpo do idoso foi sepultado estava alagada.

Mesmo em meio a água, Ivo foi enterrado, na manhã desta terça-feira (11), no cemitério municipal da Ponta Fruta, em Vila Velha. 

O ferroviário, Felipe Lopes da Silva, de 35 anos, é casado com a neta de Ivo. De acordo com ele, o idoso estava internado há cerca de um mês, em tratamento da Covid-19, porém não resistiu ao agravamento da doença e morreu na segunda-feira (10). 

Como determina o protocolo para casos de morte por Covid-19, o corpo de Ivo saiu do hospital em um caixão lacrado e foi direto para o cemitério para ser sepultado às 9 horas, desta terça, onde a cerimônia teria que durar apenas 10 minutos. 

"Meu sogro chegou lá perto e viu a cova cheia de água. Disseram que não podia esperar, porque era morte por Covid e acabou sendo colocado o caixão dentro da água", disse Felipe.

A família tentou argumentar por não concordar com a situação de ter que enterrar Ivo em uma cova alagada. "A funcionária disse que, quando ela chegou de manhã, para iniciar o serviço, ela tentou tirar o máximo de água com um balde. Mas são galerias e se tirava de uma, a água ia minando para outra", relatou o ferroviário.

Felipe frisa que ninguém da família foi avisado, com antecedência, sobre a situação em que se encontrava a cova. "É uma morte por Covid ,você não pode velar a pessoa, não pode abrir caixão, não pode demorar e a última despedida da pessoa que você ama é assim embaixo da água", lamenta ele.

O ferroviário disse que ligou para a Ouvidoria do município para pedir uma posição sobre o caso, mas foi informado de que uma resposta só deve ser dada em até 30 dias. 

Imagem ilustrativa da imagem Idoso vítima da Covid é enterrado em cova alagada em Vila Velha e família se revolta
Caixão foi colocado na cova alagada |  Foto: Acervo pessoal

A família decidiu que vai acionar a Prefeitura de Vila Velha na Justiça para que ela se responsabilize pela situação. "A gente não está nem vivendo o luto. A gente esta tendo que buscar reparo ou buscar um lugar mais digno tirar ele de lá e colocar em uma cova digna. Mas isso é na Justiça para responsabilizar quem é o dono. É um desamparo, uma revolta", se queixou Felipe.

O ferroviário ainda alerta para um possível risco de contaminação do ambiente. O biólogo Daniel Gosser explica que há sim essa possibilidade.  

"As pessoas que morreram pela Covid-19 podem contaminar o solo, embora não tenha ainda o conhecimento de algum levantamento concreto nesse sentido, mas que há o risco, isso podemos ter certeza. A contaminação pode ocorrer nos cemitérios, por meio da decomposição dos corpos, que acabam contaminando o solo por meio de coliformes fecais, outras bactérias e alguns vírus. Isso vai depender das condições dos lugares onde os corpos serão enterrados", explicou o biólogo. 

Outro lado 

A Prefeitura de Vila Velha foi procurada pela reportagem e questionada sobre as reclamações da família de ter que sepultar o idoso em uma cova alagada e não ter sido avisada sobre isso antes. 

Em nota, a prefeitura, por meio da Gerência de Necrópoles, lamentou o fato ocorrido, mas informou que a família foi previamente comunicada e que devido as fortes chuvas deste final de semana, as covas se encontram parcialmente encharcadas.

"Os coveiros retiraram o volume em excesso, mas a água insistia em permanecer por conta da absorção do solo. Técnicos da Secretaria de Serviços Urbanos estão analisando uma forma de melhorar o sistema de drenagem do cemitério".

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