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Cidades

“Fiz um transplante e renasci”, diz paciente vítima de anemia falciforme grave

Dina da Silva Gama é a primeira paciente vítima de anemia falciforme grave a receber transplante de medula no Estado


Aos 34 anos de idade, uma moradora de Guarapari ganhou uma nova vida após receber o transplante de medula óssea saudável e deixar para trás uma doença que a impedia de viver: a anemia falciforme grave. 

Dina da Silva Gama foi a primeira transplantada do Estado com a doença, e seu caso virou objeto de estudo no Hospital de Amor, em Barretos, no estado de São Paulo, onde ela permanecerá pelos próximos oito meses recebendo medicação diária.

Ela recebeu a medula do irmão, Cássio da Silva, que teve 100% de compatibilidade e, um mês após o transplante, comemora uma nova data de aniversário. 

Imagem ilustrativa da imagem “Fiz um transplante e renasci”, diz paciente vítima de anemia falciforme grave
Dina da Silva Gama, de 34 anos, comemora a chance de ter vida normal. |  Foto: Divulgação

“Fiz um transplante e renasci”, declara ela. É que por mais de três décadas, a vida de Dina nunca foi tranquila. 

Aos 6 anos de idade, ela recebia a primeira transfusão de sangue e descobriu o diagnóstico da anemia falciforme mais grave, o que causava desmaios, dores insuportáveis pelo corpo e até um câncer.

“Por muito tempo  estive cansada de estar doente. Ter uma doença crônica pesa demais. A parte psicológica é uma das que mais sofre. Precisamos viver com as dores, com os  sintomas, com o julgamento dos outros, com a falta de empatia de muitos profissionais da saúde, com desinformações dos próprios médicos e  com a vida de tratamentos e exames”, disse. 

“Agora, falando de todas as minhas vulnerabilidades, quero ajudar outras pessoas a encontrarem  uma luz no fim do túnel”, acrescentou ela. 

A descoberta de cura através do transplante em adultos é recente  e foi divulgada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) na revista Clinical & Translational Immunology.

Entre os autores estão cientistas do Centro de Terapia Celular (CTC) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), além de colaboradores da França. 

Segundo o artigo, após “resetar” o sistema imunológico promovido pelo transplante, as células B e T se restauram normalmente e  podem  contribuir para melhorar a regulação imunológica e o equilíbrio da imunidade após o transplante. 

“Um aspecto muito triste da doença são as diversas complicações clínicas. Uma delas é que os pacientes têm infecções recorrentes, que são a maior causa de morbidade, principalmente entre crianças. Não é raro uma criança diagnosticada com anemia falciforme pegar uma infecção e morrer”, disse a pesquisadora Kelen Cristina Ribeiro Malmegrim.

“Eu já fui declarada morta”

Imagem ilustrativa da imagem “Fiz um transplante e renasci”, diz paciente vítima de anemia falciforme grave
Dina antes do transplante. |  Foto: Divulgação

Após  ter ficado  três vezes em coma, receber o diagnóstico de câncer, passar por quimioterapia, receber centenas de transfusões  e ser dada como morta, a capixaba Dina da Silva Gama  tem  esperança em dias melhores após o transplante de medula óssea.

A Tribuna - Como foi sua vida até aqui?

Dina da Silva Gama - Já estive em coma por três vezes, tive uma experiência de vida pós-morte, quando fui declarada morta. Sim, eu já fui declarada morta. Eu estava com um tumor no fígado e o médico que examinou minha barriga, quando ele apertou o lado direito, o tumor rompeu. Fui levada para o hospital  e lá  me  operaram, mas eu tive uma parada cardíaca. 

E nesse momento que te deram como morta?

Eu vi o médico com o desfibrilador me reanimando e depois os vi costurando a minha barriga de qualquer maneira. Falavam que eu já estava morta mesmo e para que costurar bonito.  Eu voltei para meu corpo e a máquina voltou a funcionar. Todos ficaram espantados. Até aqui, eu já tirei o baço, vesícula, apêndice e grande parte do ovário. Eu tenho necrose nas duas pernas e escoliose na coluna.

O que te fazia passar mal?

Tudo. A ansiedade, sustos, frio, refrigerantes, pé no chão, roupa molhada, piscina, praia, esforço físico em geral, desentendimentos, inflamações em geral. Jamais poderia quebrar alguma parte do corpo, ter alguma ferida ou machucado grande, porque qualquer coisa pequena tornaria algo pior.   

Como veio a notícia do transplante como forma de cura?

Não tinha ideia se era possível para mim, pois o transplante só era autorizado para crianças ou adolescentes até os 15 anos. Em dezembro de 2020 fui chamada pra fazer um teste de um remédio dos Estados Unidos. Ele fez efeito nos primeiros meses, depois parou e eu comecei a ter crises piores. Então minha médica conseguiu o papel para fazer o teste de compatibilidade com meus irmãos.

E agora, o que pretende fazer da nova vida?

Quero fazer faculdade e poder ajudar outras pessoas a não passarem o que eu passei. Vou recomeçar aos 34 anos. E com toda certeza só cheguei até aqui com a graça de Deus.


Saiba mais 


Sintomas da anemia falciforme

Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos; dores articulares,  fadiga intensa, palidez e icterícia, atraso no crescimento, feridas nas pernas, tendência a infecções, cálculos biliares, problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais, entre outros. 

Diagnóstico

A eletroforese de hemoglobina é o exame laboratorial específico para o diagnóstico da doença, mas a presença da hemoglobina S pode ser detectada pelo Teste do Pezinho quando a criança nasce. No caso de Dina da Silva Gama, a doença  foi diagnosticada aos 6 anos.

Cura

A doença pode ter cura através do transplante alogênico de medula óssea. O  problema é que a maior parte dos pacientes não é candidata ao procedimento pelos critérios de elegibilidade ou por não ter doador compatível.

Compatibilidade

Até a década passada, somente pessoas com até 15 anos faziam o transplante de medula óssea. O  transplante em pessoas mais velhas é mais raro, e  Dina conseguiu graças à compatibilidade do irmão.

Transplante

A descoberta de cura através do transplante em adultos é recente e foi divulgada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) na revista Clinical & Translational Immunology. Entre os autores estão cientistas do Centro de Terapia Celular (CTC) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), além de colaboradores da França.

“Reset”

Segundo o artigo, após “resetar” o sistema imunológico promovido pelo transplante, as células B e T se restauram normalmente e podem contribuir para melhorar a regulação imunológica e o equilíbrio da imunidade após o transplante.

Fonte: Especialistas e pesquisa AT.

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