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Cidades

Filha de doméstica, modelo capixaba faz sucesso nas passarelas internacionais


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Imagem ilustrativa da imagem Filha de doméstica, modelo capixaba faz sucesso nas passarelas internacionais
A modelo capixaba Raynara Negrine |  Foto: Divulgação/ Thiago Teotonio

Foi-se o tempo em que Raynara Negrine confeccionava looks com sacolas plásticas e brincava de desfilar para familiares na casa onde morava, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado.

A capixaba de 17 anos, destaque do desfile da Chanel, em Paris, no mês passado, relembra a sua trajetória e é grata por todo o apoio que recebeu para realizar seu sonho.

Principalmente, pelo esforço da sua mãe, a empregada doméstica Rita de Cássia Pereira, 50. “Muitas vezes, tínhamos pouco em casa. E ela sempre foi atrás para conquistar as coisas e com trabalho digno. Tenho muito orgulho de minha mãe ser empregada doméstica”, afirma, ao AT2, a modelo de 1,80m de altura.

Esse reconhecimento não fica restrito à modelo. Para Rita de Cássia, é um milagre testemunhar a filha realizando aquele que era seu desejo de infância.

“Trabalhar como modelo sempre foi o sonho da Raynara. Ela sempre lutou por isso, batalhou com muita garra, e hoje merece estar onde está: conquistando tudo o que está conquistando”, diz a mãe, que, apesar de ter ficado desempregada por um período, hoje trabalha fazendo faxina.

Longe de casa, Raynara não vê a hora de retornar a Cachoeiro. “Quero muito visitar minha mãe”. Enquanto esse reencontro não acontece, a capixaba segue nas passarelas, encantando com sua beleza, seguindo os passos de suas referências na moda, as brasileiras Gisele Bündchen e Lais Ribeiro, e a sudanesa Adut Akech.

Raynara também disse que, neste ano, deseja realizar outro grande sonho. “A minha mãe sempre me incentivou. Meu sonho é conseguir dar uma casa própria para ela”, afirma, emocionada, ao AT2.

O que ela diz

Começo
“Fui descoberta no The Look of The Year, que é a seleção de modelos da JOY Model. O Jan Andradi, que cuida do departamento de New Faces, foi até minha cidade, me viu e falou com minha mãe. Foi assim que tudo começou. Minha mãe sempre foi protetora, então se informou muito sobre o trabalho e a agência, e me apoiou. Quando eu vi, já estava em São Paulo, entre as finalistas do The Look of The Year. Logo depois, eu já estava indo para Nova Iorque”, lembra a modelo capixaba.

Mãe liga todos os dias
Ao AT2, Raynara Negrine conta que ela e a mãe se falam todos os dias. “Minha mãe é muito cuidadosa, me liga todo dia e falamos sempre que podemos. É minha maior incentivadora”.

“Não gosto de tristeza”
A vivência e as dificuldades que a modelo teve ao longo dos seus 17 anos fizeram que ela tirasse lições importantes da vida. “Eu já passei por muitas coisas, por isso sempre procuro ser alegre, sorridente e brincalhona. Gosto muito de ser assim, e não gosto de tristeza”, ressalta ela.

Preconceito
“Eu abomino o preconceito, de todas as formas. Nunca me agrediram diretamente, mas já passei por algumas situações na vida, sim. Geralmente, era mais por eu ser magra e alta. Espero que um dia as pessoas parem com essa prática tão desumana”, salienta.

Humildade
“Ser modelo é ser um espelho. Tem que ser sincera, saber falar. Estou aprendendo tudo isso, aos poucos, mas acho que o segredo de tudo é ser sempre humilde, passar boas energias, enxergar as coisas positivamente, ter força e determinação”, reforça Raynara.

“É como se você estivesse diante de um milagre”

AT2 - Na semana passada, desfilou em Paris para a Chanel. O que se passava na sua cabeça enquanto desfilava?

RAYNARA NEGRINE - Lembrei de quando era mais nova, de minha infância. Nunca pensei que meu primeiro desfile internacional seria para a Chanel, e aos 17 anos. Quando fui provar a roupa, não conseguia acreditar. Desfilando, pensava em todas as pessoas que me ajudaram.

Como foram os momentos antes do desfile?
Quando você faz seu primeiro desfile, geralmente fica muito nervosa, é como se você estivesse diante de um milagre. Conversei com Deus, e Ele me acalmou.

Já havia visitado Paris?

É minha primeira vez em Paris! Fiquei muito feliz quando soube que iria para a França. Paris é espetacular, estou amando!

Já visitou outros lugares legais através da sua profissão?

Eu estou morando em Nova Iorque, sou apaixonada por lá também. Já conheci o México e, em breve, quero conhecer Londres e a Alemanha. Tenho curiosidade de ir para Tóquio...

Quais são as suas inspirações no mundo da moda?

Minha primeira referência foi a Gisele. Eu a via tão bonita! Então, quando criança, eu cortava sacolas plásticas, enrolava no corpo e brincava de criar looks para desfilar pela casa. Admiro a Lais Ribeiro. Como mulher negra, ela é uma grande inspiração para mim. Gosto muito da Adut Akech também.

Como era em Cachoeiro?

Eu não era muito de sair, mas sempre fui hiperativa. Gostava de ir pra rua brincar e fazer amizade com outras crianças. Perdi meu pai aos 9 anos, mas, só quando fiz 12, minha ficha caiu. Tive essa fase difícil, mas minha mãe me deu muito amor e carinho. Ela é uma bênção na minha vida!

Quando descobriu que era bonita?

Foi um processo. O trabalho como modelo me fez aprender muito sobre autoestima e autoaceitação. Quando fiz meu primeiro book, olhei aquelas fotos e consegui me ver como uma mulher linda.

O que é preciso para o sucesso não subir à cabeça?

Ter muita humildade e manter os pés no chão. Sempre buscar ser minha melhor versão, e não buscar ser melhor que os outros.

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