Famílias fabricam e vendem até 150 máscaras por dia
Escute essa reportagem

Devido à rápida disseminação do coronavírus, o uso de máscara passou a ser indicado para todos os que precisam sair de casa. A orientação do governo é para que as pessoas usem o produto feito de tecido, para evitar problemas de abastecimento para os profissionais da saúde.
Mas nem todos têm habilidade para produzir a peça, e preferem comprá-la pronta. De olho no aumento da procura e precisando complementar a renda, muitas famílias do Estado têm investido na confecção de máscaras e, em alguns casos, chegam a vender mais de 150 unidades por dia.
É o caso da família da universitária Amanda Rabello, 23 anos, que, em 20 dias, produziu e comercializou cerca de 3 mil máscaras de tecido, em Vitória.
Os avós Juary Carvalho, 79 anos, Auta Rabello, 76, e a mãe Denise Rabello, 50, bem como os tios, confeccionam e entregam parte dos produtos. Já a estudante é responsável pelas vendas, que são feitas até da varanda de casa, em Maruípe, e por meio das redes sociais.
O lucro da família, até o momento, gira em torno de R$ 12 mil, sendo que boa parte da renda será utilizada no pagamento da mensalidade da faculdade de Amanda.
“Temos uma loja, que está fechada. Diante disso, vimos nas máscaras uma solução para não ter que trancar o curso de Medicina, pois já estou no nono semestre.”

Em alguns dias, o trabalho começa antes de o sol nascer. A rotina intensa passou a ser vivida também pela costureira Margarete Gonçalves de Castro, 49, que, com a ajuda do filho Alex Tardin de Castro, 20, produz e comercializa máscaras de tecido em sua casa, na Ilha de Santa Maria, em Vitória.
“Sem poder atender clientes, comecei a produzir as máscaras. Viro as noites trabalhando. Foram mais de 200 unidades em poucos dias.”
O preço varia conforme o local da entrega e o tecido utilizado. Geralmente custa entre R$ 5 e R$ 8.
Já o número de pessoas produzindo as máscaras no Estado é incerto, pois muitos o fazem sem ter experiência prévia com costura.
Conforme os especialistas em empreendedorismo Rafael Galvêas e Adriano Salvador, trata-se de uma opção para garantir renda no momento de dificuldade, mas também pode ser o ponto de partida para um novo negócio.

Comentários