Ex-garota de programa agora faz roupas comportadas
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Ela chegou a lucrar R$ 60 mil por mês, ter cinco imóveis, carro de luxo e outros bens. Experimentou do bom e do melhor e tornou-se nacionalmente conhecida em 2014, após divulgar um blog sobre suas experiências em um outdoor na Terceira Ponte, que liga Vitória e Vila Velha.
Empreendedora, Danielle Nazário, hoje com 32 anos, foi, por muito tempo, garota de programa. Com o nome fictício de Ana Júlia, conquistou diversos clientes na Grande Vitória, inclusive em virtude da polêmica envolvendo o outdoor. Por causa de queixas da população, o caso foi parar na Justiça.
Ainda no auge da carreira, ela largou tudo repentinamente e, agora, dedica seus dias a um ateliê onde confecciona roupas comportadas para comercialização.
Hoje, vivendo em uma situação confortável, ela relembra a trajetória e conta que começou a se prostituir por causa de uma dívida de cartão de crédito. Depois, foi seduzida pelo dinheiro fácil e rápido.
“Levava vida de luxo. Cheguei a conseguir de R$ 40 mil a R$ 60 mil por mês. Quando coloquei o outdoor na ponte, já estava comprando meu quinto imóvel, andando com carros de luxo. Eu tinha muito dinheiro, mas minha alma não estava bem”, contou.
Danielle chegou a enfrentar um quadro depressivo e diversas crises de pânico. O consumo de drogas, como ecstasy e cocaína, entre outras, fazia parte da rotina. “Eu bebia também, mas fazia tudo sóbria. Quando terminava o trabalho, começava a usar”, comentou.
A empresária considera que o seu rumo foi mudado por Deus e destaca que, mesmo na época dos programas, nunca deixou de ler a Bíblia ou de fazer orações.
“Meus amigos pensavam que eu estava louca. Diziam que Deus não iria me ouvir, mas eu orava e pedia para sair daquela vida, porque estava chegando ao meu limite. Achei que eu iria morrer, mas um dia Jesus me ouviu”.
À reportagem, Danielle contou sobre a jornada, desde o início dos programas até a conversão, e explicou como as experiências vividas têm sido utilizadas para ajudar pessoas que se encontram em uma situação parecida.
“Era dinheiro rápido e fácil”, diz a empresária Danielle Nazário
A Tribuna – Pode contar sobre o período em que atuava como garota de programa?
Danielle Nazário – Devia um cartão de crédito e comecei a fazer programas para pagar a dívida, mas continuei porque era dinheiro rápido e fácil.
O que te fez mudar?
Foi o amor de Deus. Eu pedia para sair daquela vida porque estava chegando ao meu limite. Um dia, Jesus me ouviu. Quando eu tive o chamado, decidi recomeçar.
As pessoas ainda olham torto depois dessa mudança?
O preconceito existe, mas não me abalo quando alguém olha ou insinua algo. Oro por essas pessoas.
Se arrepende do que viveu?
Se não me arrependesse, não teria salvação. Mas creio também no propósito de Deus.
Hoje, eu tento ajudar quem está na mesma situação em que eu estive. Deus me dá estrutura para dizer ao outro que existe uma saída dessa vida.
Como ficou a situação financeira ao largar aquela vida?
Eu era acostumada ao luxo, a pagar as contas em dia, e, do nada, larguei tudo.
Cheguei a dever mais de R$ 130 mil. Mas, aos poucos, eu paguei tudo o que devia. Vendi até churrasquinho.
Chegou a cursar faculdade?
Eu estudava Engenharia de Petróleo, mas não concluí o curso.
O que te fez desistir da área e investir no ateliê?
A ideia inicial era comprar roupa para revender, mas uma pessoa da igreja evangélica que frequento indicou que eu tentasse a costura. Deu certo e montei o ateliê. Vendo principalmente para grupos da igreja.
E quanto ao futuro?
Coloco nas mãos de Deus. Sei que Ele não me abandonará.
Esta reportagem foi publicada no jornal A Tribuna desta quarta-feira (11). Clique aqui para assinar.
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