Estudos revelam como funciona o cérebro das mães
Pesquisas apontam que a gravidez provoca mudanças em áreas cerebrais da mulher para ajudar a criar laços com o bebê
Escute essa reportagem

São diversas as fases da vida que uma pessoa atravessa e em que vive mudanças. Para as mulheres, há ainda a maternidade, um momento marcante, cheio de alterações físicas e psicológicas.
Novas pesquisas comprovam alterações estruturais e funcionais do cérebro relacionadas ao foco das mães, que se voltam para o bebê.
Estudos sugerem que a gravidez reduz a massa cinzenta em áreas específicas do cérebro das mulheres para auxiliar a mãe a criar laços com o bebê e se preparar para as demandas da maternidade.
A ciência chama o fenômeno de “mommy brain” (“cérebro da mamãe”), condição em que a cognição e memória das mães, desde a gravidez até os primeiros anos de vida dos filhos, sofrem um declínio, destinando seu foco à maternidade, com uma certa desatenção a outras demandas.
A psicóloga Sabrina Matias destaca que hoje os aspectos emocionais da gravidez, parto e pós-parto são reconhecidos, e a grande maioria dos estudos aponta para a ideia de que esse período é marcado por grandes transformações psíquicas.
O psiquiatra Jairo Navarro observa que, no período de gestação, puerpério (pós-parto) e até durante a amamentação há alterações cerebrais nas mães que podem ser perceptíveis, como de humor, memória e cognição.
“Isso não é uma regra para todas as mulheres, mas percebemos uma certa predominância. Essas alterações não são permanentes. Depois de um tempo, o cérebro da mãe vai voltando ao funcionamento prévio”, afirma.
O médico explica ainda que, depois que a mulher engravida, há a produção de uma série de hormônios, que, normalmente, ficam em concentrações menores no corpo, quando não há gestação.
“Essas alterações hormonais acabam fazendo também alterações no cérebro. Vemos áreas cerebrais que têm uma grande importância no instinto e proteção, e que acabam sendo hiperativadas nesse momento”, pontua.
A psicóloga e doutora em Filosofia Claudia Murta ressalta que, como as mulheres têm muitos hormônios, na gravidez eles são ativados em doses altas e intensas, variando o comportamento e o cérebro. “Essas alterações são para que a mulher consiga gestar, parir e
Comentários