Estudo aponta falhas em estrutura de 18 barragens de Minas Gerais
Ministério Público determinou que sejam feitas intervenções preventivas nas estruturas
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Dezoito barragens que estão em situação de emergência em Minas Gerais terão de passar por intervenções preventivas por conta das intensas chuvas que atingem o estado.
A determinação foi feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), após análise em 31 barragens de minério.
Com base em dados apresentados pelas próprias mineradoras, constatou-se que as 18 barragens apresentam ocorrências que devem ser tratadas, para evitar prejuízos no funcionamento de suas estruturas. Todas elas são de responsabilidade da Vale.
“As graves chuvas afetaram diversas estruturas, que necessitarão de contínuo e rigoroso acompanhamento. Serão exigidas das empresas todas as medidas técnicas possíveis e necessárias para garantir a segurança das estruturas”, afirmou o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente.
Professor do Departamento de Oceanografia e Ecologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiz Fernando Schettino afirma que a forte chuva pode afetar as estruturas.
“De modo geral, essas barragens são à montante, feitas com camadas, como uma escada, uma pilha. Não é algo que se consolida para sempre. Uma chuva prolongada faz com que a água cause mais pressão, aumenta o peso, o que traz essa preocupação”, afirmou.
A determinação do MPMG tem como objetivo garantir a segurança, evitando tragédias como as de Mariana e Brumadinho, que são consideradas as maiores no âmbito ambiental e humanitária do Brasil.
“No passado, corríamos risco, mas muitos não sabiam ou não ‘queriam saber’. O mais importante, agora, é criar uma tradição de segurança para que tragédias não se repitam, trazendo danos do ponto de vista humano, ambiental e econômico”, ressaltou Schettino.
A determinação é para que sejam tomadas medidas para corrigir processos erosivos; fazer limpeza dos sistemas de drenagem e garantir a manutenção de rotina da estrutura, entre outras medidas.
No caso do Estado, o impacto só seria direto em caso de algum acidente próximo a uma bacia na direção do Rio Doce, como aconteceu na tragédia de Mariana, em 2015.
"Avaliação para melhorias”
A Vale informou, em nota, que avaliará o teor do documento do MPMG assim que for notificada.
“A empresa ressalta, no entanto, que as estruturas em nível de emergência 3 já são normalmente acessadas apenas por equipamentos remotos e não apresentam alteração estrutural. As equipes técnicas fazem neste momento uma avaliação aprofundada para conduzir as melhorias necessárias nas estruturas, especialmente nos seus acessos, afetados pelas intensas chuvas em Minas Gerais dos últimos dias”, destacou a empresa.
AS BARRAGENS
- > Sul Inferior (Barão de Cocais)
- > Sul Superior (Barão de Cocais)
- > Marés II (Belo Vale)
- > Santana (Itabira)
- > Maravilhas II (Itabirito)
- > Xingu (Mariana)
- > Vargem Grande (Nova Lima)
- > Dique B (Nova Lima)
- > Capitão do Mato (Nova Lima)
- > B3/B4 (Nova Lima)
- > Peneirinha (Nova Lima)
- > Grupo (Ouro Preto)
- > Forquilha I (Ouro Preto)
- > Forquilha II (Ouro Preto)
- > Forquilha III (Ouro Preto)
- > Dicão Leste (Catas Altas)
- > Barragem Área IX (Ouro Preto)
- > Dique Paracatu (Catas Altas)
Fonte: MPMG.
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