Estudante de 15 anos vence o câncer e sonha em ser médica
Escute essa reportagem

Após enfrentar um câncer raro, a estudante Ana Beatriz Muniz, de 15 anos, agora quer se tornar médica oncologista. Depois de receber o diagnóstico de um câncer de ovário, aos 13 anos, ela retirou nove tumores e passou por 30 sessões de quimioterapia.
Em julho de 2019, enquanto fazia dança na escola, começou a sentir um incômodo no lado esquerdo da barriga. A mãe da adolescente, Sammya Lislley, 45, conta que um ultrassom revelou que a filha estava com um cisto de 18 centímetros no ovário esquerdo.
A jovem precisou retirar o ovário e o cisto. A biópsia revelou que se tratava de um teratoma maduro, um tumor benigno.
Dois meses depois, a menina sentiu um aumento de volume na barriga e retornou para cirurgia pensando se tratar de mais um cisto. Foi quando os médicos retiraram nove tumores e descobriram que se tratava de um câncer raro, do tipo teratoma imaturo, causado por uma mutação genética.
Ana precisou retirar o ovário direito e o útero, onde os tumores haviam se espalhado. Outra parte estava na bexiga. “O que me deixou mais triste, nem foi o câncer em si, mas perder o útero. Queria ser mãe, assim como a minha”, relatou.
Após a cirurgia, começou a quimioterapia. Em fevereiro do ano passado, passou por nova operação, por conta de uma massa tumoral que crescia no peritônio (membrana que recobre as paredes do abdômen).
Ana ainda precisou tomar 42 injeções ao longo do tratamento, para aumentar a imunidade. Após uma nova cirurgia, em maio de 2020, que retirou nódulos da região da barriga, ela foi liberada da quimioterapia.
“Se eu tivesse desistido, não estaria aqui para contar essa história. A maior felicidade foi gritar para minha família e amigos que eu tinha vencido. Agora quero ajudar pessoas, como meus médicos me ajudaram”, disse Ana.
Amanhã é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer, visando à conscientização sobre o diagnóstico precoce. No caso de Ana, a descoberta da doença na fase inicial ajudou na recuperação.
A oncologista Carolina Conopca explica que, nesses casos, a chance de cura é cada vez maior. “Quando se descobre tarde, ele pode estar em estado avançado e diminuem as chances de cura”, explicou.
“Milagre diante dos olhos”, diz a mãe da jovem

No dia 23 de setembro de 2019, a dona de casa Sammya Lislley, de 45 anos, aguardava na sala de espera enquanto a filha, a estudante Ana Beatriz Muniz, de 15 anos, realizava uma cirurgia para a retirada do que pensava se tratar um cisto.
Ao final da operação, recebeu a notícia de que tinham sido retirados nove tumores da região do útero, ovários e da bexiga. Ela estava com um teratoma imaturo, um tipo raro de câncer.
A Tribuna – Como foi descobrir o câncer de sua filha?
Sammya Lislley – Foi a pior coisa da minha vida. Minha filha é nova, cheia de sonhos, e queria ser mãe. É muito triste vê-la passar por tudo isso. É um câncer agressivo. Por ser muito agressivo, não tivemos tempo de congelar os óvulos. Na cirurgia, descobriram que já estava com o útero tomado. Precisaram retirar.
Como foi o processo de tratamento?
Ela passou por 30 sessões de quimioterapia e tomou 42 injeções para aumentar a imunidade. Teve de passar por uma outra cirurgia, em fevereiro do ano passado, além daquela em que foi descoberto o câncer, onde ela entrou com 64 quilos e saiu com 41. Teve anemia. Ela teve muita crise de ansiedade por conta da medicação.
Foi um período desafiador. Todos diziam que era um câncer agressivo e que se desenvolvia rápido. Vi um milagre diante dos meus olhos. Via Deus fazendo algo. Ela passou por uma cirurgia que todos diziam ser de risco alto, mas ela superou.
Sentiu medo de que acontecesse algo?
Medo senti, mas senti paz. Tenho fé em Deus. Nós somos cristãos, não tem como falar de superação, sem falar de Deus, do cuidado Dele. Tivemos apoio da nossa família, amigos e irmãos da igreja.
Como está sendo agora?
Agora nos sentimos mais amados por Deus. Minha filha está bem e linda. Estamos felizes, tranquilos. Cremos que não teremos mais problemas com isso, que tudo foi bem feito. Ela faz acompanhamentos a cada mês, fazendo exames de sangue. A cada seis meses, uma ressonância para ver se não aparece nada, além das medicações.
Saiba mais
Tumor raro
- O teratoma imaturo é a forma maligna e um tumor raro, que representa 1% dos teratomas de ovário.
- Geralmente, são diagnosticados em mulheres jovens, com menos de 20 anos.
Prevenção
- A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de se ter a doença.
- Alguns hábitos podem ser tomados para prevenir ou diagnosticar a doença precocemente.
- O objetivo da prevenção primária é impedir que o câncer se desenvolva.
- Isso inclui evitar a exposição aos fatores de risco de câncer e a adoção de um modo de vida saudável.
- O objetivo da prevenção secundária é detectar e tratar doenças pré-malignas ou cânceres assintomáticos iniciais.
- Isso é feito através de exames e consultas com médicos.
Fonte: Especialista consultado e pesquisa AT.
Comentários