Especialistas cobram mais rigor contra a poluição no trânsito
Especialistas pedem maior controle na quantidade de substâncias que são liberadas por veículos no Estado
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O Espírito Santo possui 2.078.459 veículos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2020. Em 2015, esse número era de 1.757.383.
O aumento de mais de 18% na frota em todo o Estado preocupa os especialistas. Eles defendem mais controle para reduzir a poluição que vem do trânsito, com base nas novas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que têm limites mais rígidos sobre a poluição do ar.
Na edição do último sábado, A Tribuna noticiou o assunto abordando a questão voltada para a poluição causada pelas indústrias. Pesquisas recentes indicam, porém, que automóveis são os principais emissores de gases poluentes, extremamente nocivos ao meio ambiente e à saúde.

O doutor em Ecologia Marcelo Moretti, professor de Ecologia de Ecossistemas da UVV, aponta que em países mais desenvolvidos, muitas pessoas estão substituindo os veículos automotivos por elétricos, por bicicleta ou patinete.
“Temos de depender cada vez menos desses combustíveis, que ao serem queimados, liberam carbono para a atmosfera. Mas, para isso, precisamos de um bom transporte público e as pessoas têm de se sentir seguras para fazer o deslocamento na via pública sem estar no seu veículo próprio”.
Segundo o professor, o que os donos de veículos podem fazer para tentar reduzir a poluição seria manter o veículo sempre regulado. “Dessa forma, ele gastaria menos combustível de forma desnecessária, mas isso ainda é pouco”.
O mestre em Engenharia Ambiental e diretor na QualityAmb, Igor Baptista de Araújo, considera a recomendação da OMS importante, mas diz que, antes de começar a utilizá-la, o Conselho Nacional do Meio Ambiente deve se reunir com os pesquisadores e fazer uma análise de aplicabilidade para a realidade do Brasil.
Igor destacou ainda que, na Grande Vitória, por exemplo, novos corredores irão reduzir o fluxo de veículos em determinados pontos, evitando congestionamentos e, consequentemente, a concentração dos poluentes emitidos em apenas uma região.
“A possibilidade de retorno do sistema aquaviário também poderia ajudar neste sentido, a depender dos resultados dos estudos”.
Governo moderniza o Transcol
Como forma de melhorar o transporte público, a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informou que tem implantado uma série de ações para a modernização do transporte coletivo da região metropolitana.
Entre as medidas, está a renovação de frota, com aquisição de ônibus que utilizam combustível menos poluente e veículos com ar-condicionado, para maior conforto do usuário.
Outro ponto, segundo a Semobi, é o investimento em tecnologia para o sistema, que permite desde a disponibilidade de wi-fi, até a melhoria da comunicação com o usuário por meio do aplicativo ÔnibusGV.
De acordo com a Semobi, o sistema conta, ainda, com botões de pânico distribuídos aos vigilantes dos terminais.
As ações são realizadas com a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES), em conjunto com as empresas operadoras do Sistema Transcol.
Em relação ao Aquaviário, a secretaria informou que já iniciou as obras de construção dos pontos de embarque e desembarque do sistema em dois dos quatro pontos, que devem ser concluídos entre o final deste ano e o início de 2022.
“Neste período, também será publicado o edital para contratar os serviços de operação dos barcos”, afirmou, em nota.
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