Especialista diz que sobreviver a queda do 6º andar é raro
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A menina Ana Júlia Fonseca, de 5 anos, se desequilibrou e caiu da janela do apartamento onde mora, no 6º andar de um prédio no bairro Jardim Atlântico, na Serra, na sexta-feira. A menina sobreviveu, com apenas uma perna e um braço quebrados.
Os especialistas dizem que é raro resistir a uma queda como essa, a cerca de 20 metros de altura. De acordo com os médicos, a criança teve sorte por conta do jeito que caiu no chão.
O ortopedista Jorge Kriger, que é diretor regional da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, diz que Ana Júlia escapou por causa da posição da queda.
“O peso e o tamanho realmente influenciam, e os ossos infantis são mais flexíveis, mas, em quedas de grande altura, esses fatores fazem pouca diferença”, afirmou Kriger.
“É um caso raro. Foi uma questão de sorte, porque, apesar da altura, o amortecimento e a posição da queda favoreceram a menina. Podemos dizer que foi realmente Deus que ajudou essa criança.”
Segundo o ortopedista Thanguy Gomes Friço, a criança não se feriu gravemente por três motivos. O primeiro é o fato de ela ter caído em cima de uma moto, como relatou o pai da menina. O veículo amorteceu a queda.

O segundo é a elasticidade dos ossos. “Até os 7 anos, as crianças têm o esqueleto extremamente flexível. Nessa idade, elas podem reagir melhor a acidentes. Além disso, a força com que ela bate no chão é bem menor que a de um adulto”.
O terceiro fator seria a posição da queda. “A queda de bruços, batendo com a caixa torácica no chão, pode causar perfuração pulmonar ou a ruptura de algum órgão”.
Ana Júlia está se recuperando bem da queda. No último sábado, a menina passou por cirurgias e ontem foi transferida para o quarto no Hospital Infantil de Vitória. Entretanto, de acordo com o pai, Denilson Fernandes Siqueira, ela ainda não tem previsão de alta.
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