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Cidades

Engenheira troca vida em Vila Velha para ser faxineira nos Estados Unidos

Cada vez mais, o número de brasileiros que se aventuram em busca de uma vida melhor fora do país cresce


Um fenômeno cada vez mais comum nas redes sociais de expatriados brasileiros: os influencers de vida real, que mostram como é a rotina de quem emigrou para os Estados Unidos para trabalhar como faxineiro, babá ou na construção civil, entre outras funções.

A engenheira ambiental Luziane Crispim, de 43 anos, antiga moradora de Vila Velha, é uma dessas brasileiras, que resolveu abrir sua conta no Instagram quando precisou voltar a fazer faxina apenas um mês após a filha nascer.

Ela, que engravidou depois de um único encontro com um rapaz que conheceu assim que chegou ao país, se viu sozinha quando o pai não quis assumir a criança, nascida nos EUA.

"Eu nunca tinha contado pra ninguém que trabalhava de faxineira. Aí decidi usar meu perfil para mostrar como era minha vida, a rotina no trabalho e como mãe solo", conta a dona do perfil @luh.maedaalice.

O ponto de virada foi quando um seguidor comentou uma publicação dizendo "Nunca vi tanta alegria de ir para outro país limpar privada".

Luziane gravou um vídeo em resposta mostrando um maço de notas de US$ 100 (R$ 525) que ganha com o serviço e justificando que assim consegue criar sua filha de forma honesta.

O vídeo viralizou e em um só dia, ela conta, ganhou 40 mil seguidores.

Aí não parou mais, e hoje, só no Instagram, soma 187 mil seguidores, mostrando os produtos de limpeza que usa no país, como é lavar um banheiro sem ralo no chão, como está a adaptação da filha e do sobrinho e a vida confortável que consegue levar com o trabalho.

Não que seja fácil, ela faz questão de deixar claro. Primeiro, há os problemas do trabalho em si e da vida de imigrante, sem saber falar inglês.

"A sorte que dei foi que consegui emprego rápido. Mas eu nunca tinha trabalhado de faxineira, no começo doía tudo, o corpo ficava dormente, não sentia as mãos. Eu saía de casa às 7h e voltava às 21h".

Outro problema foi a vida de mãe solo de Alice, hoje com 3 anos -ela conta que trabalhou até os nove meses de gestação sem contar para nenhum empregador que estava grávida, com medo de não encontrar mais serviço.

E hoje, depois de já ter prosperado e sustentar, além da filha, a irmã (que trata de um câncer) e o sobrinho, precisa lidar ainda com o julgamento alheio.

Luziane estudou engenharia ambiental no Brasil, mas trabalhava como técnica em segurança no trabalho e se mudou aos EUA em 2017 para juntar dinheiro e pagar a dívida do apartamento que tinha em Vila Velha (ES), onde morava.

"Até hoje as pessoas dizem 'fez engenharia e está limpando privada', 'tá se achando limpando banheiro de americano'. Todo dia tem gente tentando me humilhar nos comentários dos meus vídeos", diz.

"O pior aqui é trabalhar em casa de brasileiro. Eles têm certeza que é um trabalho inferior, tratam mal. Eu evito o máximo possível porque o brasileiro não tem respeito pelo serviço de faxina", conta.

O plano inicial era ficar só três anos nos EUA, mas agora diz que não tem planos de voltar ao Brasil. "Só depois que eu ficar famosa e me chamarem para o Big Brother", brinca.

Mineiro mostra realidade de imigrantes brasileiros 

Desde 2009 trabalhando na construção civil nos Estados Unidos, o mineiro Junior Pena, 37, estava "de saco cheio de abrir o Instagram e ver os influenciadores aqui da região postando a casa, o carro, o ônibus escolar amarelo", diz. "Então resolvi mostrar a realidade."

E a realidade que mostra é a de imigrantes que se machucam no trabalho braçal pesado, que passaram semanas em um centro de detenção após entrarem no país cruzando o deserto na fronteira com o México, que prosperaram e amam os Estados Unidos ou que estão contando os dias para voltar ao Brasil.

Com uma série de entrevistas curtas com a comunidade brasileira no país, Junior, que trabalha como lixador de piso de madeira em Long Branch, Nova Jersey, acumulou mais de 500 mil seguidores no TikTok, mais de 40 mil no Instagram e acaba de lançar um podcast, transmitido pelo YouTube -todas as contas nessas plataformas levam seu nome, Junior Pena.

É tudo feito de forma amadora, basta um celular na mão e pouca ou nenhuma edição. Junior diz que já consegue fazer algum dinheiro com o hobby, cerca de US$ 500 por semana (R$ 2.600), menos do que ganha trabalhando com piso, mas ainda assim um bom complemento na renda.

"A construção é o que paga minhas contas, mas o trabalho na internet está andando, eu estou no caminho. Às vezes as pessoas tiram foto comigo na rua, é até engraçado", conta.

Família deixou vida no Brasil após restaurante falido  

Com 110 mil seguidores no Instagram, Jaqueline Costa (@jaquelinecostausa) já tem feito algumas parcerias com empresas, mas diz que a renda que ganha na internet ainda mal chega a 5% do que recebe trabalhando com faxina nos Estados Unidos.

"Meu perfil era fechado, mas eu recebia muita pergunta de gente querendo saber como era morar aqui e pedindo ajuda para vir", diz ela, que saiu do Brasil com o marido e filhos após o restaurante que tinham em Belo Horizonte falir.

Hoje, ela já toca um negócio próprio contratando faxineiras no país, e na rede social mostra curiosidades como quanto cobrou para limpar a casa mais suja que já viu (US$ 600, ou R$ 3.140, por quatro horas de trabalho, divididos em três pessoas), quanto custa uma pizza na Domino's (US$ 41 por quatro pizzas) e qual o custo de vida para uma família com quatro pessoas em Nova Jersey (US$ 3.500).

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