Empresários no Estado cobram do governo liberação de máscaras
Presidente do Sindbares vai enviar documento para solicitar o fim do uso em ambientes abertos e fechados
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A exemplo do que é realidade em outras cidades brasileiras, especialmente pela queda no número de casos e mortes pela covid-19, empresários no Estado cobram do governo capixaba a liberação do uso de máscaras.
Alguns defendem que a liberação seja em ambientes fechados e abertos, como o presidente do Sindicato de Bares, Restaurantes e Similares do Espírito Santo (Sindbares), Rodrigo Vervloet. Essa medida já é realidade no Rio de Janeiro (RJ), primeira capital a tomar a decisão.
“Acho que já passou da hora de liberar o uso da máscara. Os números estão sob controle e a vacinação, avançada. Estou preparando documento com esse pedido ao governo. Devo protocolar na quarta (dia 9) ou na quinta”, anunciou Vervloet.
Quem também defende o fim da exigência é o presidente do Conselho Estadual de Turismo (Contures), Fernando Otávio Campos. “Medidas que não são seguidas com firmeza caem no descrédito. Os números (transmissão) caíram bastante, a ponto de o próprio governo reduzir os leitos para covid”.
Para ele, a população deve ser conscientizada a utilizar como instrumento de prevenção, não de obrigação. “A máscara deve ser usada quando a pessoa estiver com sintomas de doença respiratória ou transmitida pelo ar, como gripe, sarampo, covid, entre outras. E também nos ambientes hospitalares”.
O diretor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado, José Antônio Pupim, entende que o uso deve ser flexibilizado apenas em ambientes abertos. “O uso em ambientes fechados deve ser mantido, sobretudo porque ainda não é possível avaliar os reflexos do Carnaval”.
O presidente da Associação Comercial da Praia do Canto, Cesar Saade Junior, está na torcida pelo fim da obrigatoriedade em ambientes abertos e fechados.
No Rio, o prefeito Eduardo Paes decidiu acabar com a obrigatoriedade, com exceção para pessoas que possuem imunossupressão (deficiência imunológica), com comorbidades graves (doenças preexistentes) e que não tenham se vacinado ou se tiverem com algum sintoma respiratório.
Sem previsão de mudanças no Estado, diz secretário
Mesmo com o pedido de empresários, ainda não há previsão do fim da exigência de máscaras no Espírito Santo. O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, afirmou nesta segunda-feira, 7, que “as máscaras devem persistir por um pouco mais de tempo”.
O secretário afirmou que o momento de deixar de usar a máscara chegará, assim que o risco de transmissão for reduzido. Ele reforçou, no entanto, que o Estado ainda vive um momento de sazonalidade das doenças respiratórias. “Temos outras doenças de transmissão respiratória que, neste momento, impactam o sistema de saúde”.
Para ele, a população deve entender que o risco da pandemia ainda existe. “Ela ainda não acabou. Nós, de fato, acreditamos que a possibilidade de uma quinta expansão de casos da doença, com características semelhantes à última, é baixa. Mas o vírus persiste na transmissão e não mudou a característica de transmissão respiratória”.
Ele diz ainda que, para adotar novas medidas de flexibilização, é necessária uma queda sustentada de transmissão estabilizada em níveis muito baixos e durante período importante de tempo. Além disso, é preciso ter uma cobertura vacinal significativa de 3ª dose.
A doutora em Epidemiologia Ethel Maciel acha precipitada a liberação das máscaras, devido à “transmissão ainda alta da doença”.
Liberação de máscaras
Liberação em ambientes abertos e fechados
Rio de Janeiro
- O governo estadual publicou decreto que permite que cada município decida sobre o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em todos os ambientes, até fechados.
- Na cidade do Rio de Janeiro foi anunciada nesta segunda-feira, 7, a desobrigação do uso de máscaras em todos os ambientes, inclusive nos fechados. Em outubro do ano passado, a prefeitura já tinha liberado o uso ao ar livre.
- A medida está valendo desde segunda, 7, para supermercados, restaurantes, lojas, academias e até hospitais. O decreto também inclui o transporte público, táxis e carros de aplicativo. No caso de escolas, cada colégio é livre para decidir.
Outros locais
Minas Gerais
- Liberou para as prefeituras definirem o uso de máscara em espaços públicos e privados. Na última sexta-feira, 4, Belo Horizonte deixou de exigir a proteção ao ar livre.
Rio Grande do Sul
- Uso obrigatório em espaços abertos e fechados. Para menores de 12 anos, em caráter liminar, a Justiça suspendeu decreto que desobrigava o uso. Em Porto Alegre, a máscara é exigida em ambientes abertos e fechados para pessoas acima de 12 anos.
Santa Catarina
- Uso obrigatório em espaços abertos e fechados, mas facultativo para menores de 12 anos.
Distrito Federal
- O uso de máscaras deixou de ser exigido em locais abertos.
Maranhão
- Uso de máscaras está liberado em locais abertos desde novembro. Equipamento de proteção é exigido em locais fechados.
Mato Grosso
- Estado recomenda uso em ambientes abertos e fechados, mas deixou decisão sobre flexibilização para as prefeituras. Cuiabá só obriga uso em espaços fechados.
Mato Grosso do Sul
- Uso obrigatório somente em locais fechados e no transporte público. Campo Grande recomenda uso constante, exceto durante exercício físico, mas segue norma estadual.
Amazonas
- Estado recomenda uso, mas deixou decisão a cargo das prefeituras.
Em definição
São Paulo
- O governador João Doria deve anunciar nesta semana a liberação do uso de máscaras em ambientes abertos no estado.
No Espírito Santo
- Apesar das cobranças de empresários, o governo do Estado afirmou, nesta segunda-feira, 7, que não é o momento de abrir mão do uso das máscaras.
- As prefeituras da Grande Vitória aguardam uma orientação do Estado. Alguns municípios, a exemplo de Cariacica, complementaram que o uso de máscaras para evitar a contaminação é recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Fonte: Prefeituras, governo do Estado e agências Globo e Folha.
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