Crianças ficam sem tratamento de diabetes
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Com o elevado custo para manter o tratamento contra a diabetes nos filhos, pais de crianças recorrem à Farmácia Cidadã para conseguirem produtos e dar continuidade aos cuidados.
O problema é que, segundo eles, é comum chegar nas unidades da farmácia e constatar a falta de produtos usados na bomba de insulina, como sensor, transmissor, fitas, pilha, o que tem deixado os pais desesperados.

Esse é o caso da empresária Elisany Endlich, mãe da Evelin Endlich, de 9 anos. Com a filha diabética, ela relata que é comum faltar o sensor da bomba que utiliza para o tratamento e, quando isso acontece, precisa utilizar o equipamento já vencido.
“Ela usa a bomba de insulina. Mês passado ficou sem os sensores que regulam a insulina do sangue, o que é perigoso. Então, precisei pedir uma doação de sensor, que já estava vencido, e só consegui pegar um novo ontem”, relatou Elisany. Segundo ela, é difícil receber todo o material completo.
Quem também sempre fica preocupada ao ir buscar os insumos é a artesã Suziani de Souza, de 37 anos, que precisa cuidar da filha diabética, a pequena Yasmin de Souza Barbosa, de apenas 4 anos.
Logo de início, a mãe disse que a bomba demorou a chegar para a filha e, quando chegou, essa semana, ainda veio faltando o sensor e o transmissor, o que impede de acompanhar o nível de insulina no sangue.
“Ela precisava da bomba para manter a qualidade de vida, mas não chegava nunca. Nesta semana que consegui pegar a bomba e ainda veio faltando alguns insumos”, revelou Suziani.
Diante da falta frequente desses insumos, a cuidadora Lylian Vilas Boas, também diabética, decidiu juntar em um grupo nas redes sociais pessoas que tinham dificuldade para conseguir esses insumos, e foi aí que percebeu que o problema era maior.
“Sempre está faltando alguma coisa. Ou falta sensor, ou o conjunto de infusão. Dependendo do grau da diabetes, podemos ficar em coma”, disse Lylian.
“Se não tem nada desses aparelhos, precisamos comprar insulina na farmácia, que não é barata e usar na seringa ou na caneta. Se a gente tivesse que comprar tudo, gastaríamos pelo menos R$ 3 mil todos os meses”, desabafou Lylian.
Entre os insumos que já faltaram para eles estão o sensor, transmissor, pilhas e até mesmo a própria insulina.
Outro lado
Para buscar respostas sobre a falta de insumos na Farmácia Cidadã, a reportagem de A Tribuna procurou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Em nota, a Gerência de Assistência Farmacêutica (Geaf) informou que houve um problema no processo de compras dos insumos das bombas de insulina, mas garante que a situação está resolvida. Disse também que os insumos já foram adquiridos e estão sendo distribuídos nas unidades da Farmácia Cidadã para atender todos os pacientes que necessitam dele.
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