Conheça aplicativos para monitorar o celular do filho
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A tecnologia e o recebimento de informações nos smartphones estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, e crianças e adolescentes têm acesso a esse tipo de aparelho cada vez mais cedo. Com isso, especialistas indicam aplicativos para que os pais consigam monitorar o uso do smartphone pelos filhos.
Entre as funções oferecidas por esses aplicativos de monitoramento estão a possibilidade de ver mensagens enviadas e recebidas, acesso ao conteúdo que o filho consome pelo celular e sites visitados. Também é possível estipular tempo para uso do telefone ao longo do dia, limitar tempo de uso em determinados aplicativos e até bloqueio de outros apps.
O professor da UCL e especialista em Segurança da Informação, João Paulo Machado Chamon, explicou que as crianças não podem ficar de fora da tecnologia, mas ao mesmo tempo deixá-las soltas não é a solução.
“Temos pedofilia, sequestro, roubo de informação. Com esses aplicativos, os pais passam a ter um controle de monitoramento e gestão do aparelho. Conseguem monitorar tudo, localização, tempo de uso”, explicou Chamon, que recomenda o aplicativo Google Family Link, disponível apenas para celulares com o sistema operacional Android.

Para os usuários do sistema operacional IOS, o gestor do departamento de tecnologia da informação da UVV, Carlos Dias Santos Nascimento, cita o Apple Family, que também permite que os pais restrinjam algumas atividades dos filhos, e considera os apps de monitoramento uma forma de garantir a segurança dos filhos.
“Hoje, a maior quantidade de ataques acontecem por meio de conteúdos de pornografia, em seguida os conteúdos infantis. A criança clica e acaba caindo em algum tipo de golpe ou passando dados que possam comprometer a segurança”, destaca Carlos.
Abandono

O especialista em segurança digital e colunista de A Tribuna, Eduardo Pinheiro, ainda ressalta que é dever dos pais monitorarem os filhos na internet.
“Os pais precisam se informar sobre os riscos para protegerem os filhos, se não estarão criando um menor abandonado digital. A privacidade do filho é importante, mas existe algo que é mais importante ainda, que é a segurança deles”, afirmou.
Alguns aplicativos de monitoramento
1 - Mspy
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O Mspy é fácil de usar. Através dele os pais conseguem visualizar as conversas do WhatsApp, Messenger, SMS, Tinder e outras redes de relacionamento.
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Descobrir a localização exata do celular do filho sempre que desejar.
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Controlar o uso de sites, aplicativos, ligações, mensagens e compartilhamentos de arquivos.
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O Mspy está disponível para funcionar em celulares Android e IOS.
2 - Eyezy
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O EyeZy é outra opção para que pais controlem o tempo de tela no celular de crianças.
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Com ele também é possível rastrear a localização em tempo real e detectar acessos a conteúdos impróprios.
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Entretanto, o Eyezy não permite ver o conteúdo e gera relatórios com informações muito vagas.
3 - MamaBear
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Mais uma opção de aplicativo para monitorar filhos, o MamaBear promete deixar a paternidade mais fácil, protegendo os pequenos.
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Apesar das funcionalidades limitadas, o app permite saber os seguidores de seu filho e quem ele segue. Além de identificar postagens e comentários que seu filho faz ou recebe.
4 - Mobicip
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Os pais podem rastrear o celular do filho com o Mobicip. O programa funciona como um filtro na internet que permite o monitoramento por nuvem.
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Ele é fácil de usar e é possível testar por sete dias antes de adquirir um plano.
5 - FamilyTime
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Disponível na versão brasileira, o FamilyTime consegue gerenciar registros telefônicos, sites visitados e também promove o controle parental por ação bloqueadora.
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Se o filho tentar se distrair em redes sociais ou jogos na hora de dormir, ou do dever escolar, os pais podem bloquear o uso na hora.
6 - Google Family Link
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Neste aplicativo, os pais podem aprovar ou reprovar o download de qualquer aplicativo que o filho tente baixar.
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Também é possível controlar as permissões, como negar o acesso do aplicativo Facebook à câmera e aos contatos do dispositivo, por exemplo, ou impedir que um jogo se conecte à internet.
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Os pais também recebem um relatório semanal e mensal, mostrando quanto tempo seu filho passou com cada aplicativo acessado.
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O Family Link permite limitar o tempo que os filhos passam no dispositivo de duas maneiras: definindo um limite diário e especificando a hora de dormir para seu filho.
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Além disso, também é possível rastrear a localização do filho em tempo real. Para isso, o smartphone do filho deve estar conectado à internet. Caso não esteja com internet, mostrará o último local que ele esteve com internet.
Fontes: Aplicativos consultados.

Como conversar com os filhos
Pais devem ter acesso ao celular dos filhos
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De acordo com a psicopedagoga Vanessa Cavalcante, os pais devem ter acesso aos celulares dos filhos, e devem conhecer e controlar os conteúdos que são expostos na internet que os filhos têm acesso.
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Crianças e adolescentes não têm autonomia para a escolha do que devem estar assistindo.
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No entanto, é uma discussão que se trata de privacidade. Isso envolve a privacidade, mas, ao mesmo tempo, envolve a segurança do filho para a vida e o contato dos filhos com conteúdos indevidos.
Monitoramento com diálogo
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Mesmo com o monitoramento por meio dos aplicativos de controle parental, deve haver um diálogo entre pais e filhos para ser explicado o motivo e como isso vai acontecer.
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Os pais devem dizer aos filhos que eles terão acesso às tecnologias, como computador, smartphones, mas deixar claro que terão acesso ao que os filhos vão olhar e pesquisar.
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Deve ser listado o que pode e o que não pode, e dar um voto de confiança aos filhos.
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A privacidade existe, mas o cuidado com a segurança dos filhos deve ser maior.
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Os pais são responsáveis pela integridade física, moral e psicológica dos filhos.
O que diz a lei
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Os pais têm obrigação legal no artigo 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como dever de vigilância e, que se negligenciarem, podem ser punidos da forma da lei.
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O Código Civil, no artigo 1.638, inciso 2, diz que os pais podem até perder a guarda se abandonarem os filhos. Situação que também se aplica ao ambiente digital.
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O artigo 29 do Marco Civil da Internet dá a autorização para os pais instalarem aplicativos de controle parental no dispositivo dos filhos.
Fontes: Vanessa Cavalcante, psicopedagoga, e Eduardo Pinheiro, especialista em Segurança Digital e colunista de A Tribuna.
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