Como controlar os sentimentos com os ataques nas redes sociais

As redes sociais surgiram para aproximar as pessoas promovendo a interação por meio de um simples clique, mas nem todas as interações na internet são positivas. As mídias sociais e plataformas digitais também abrem espaço para o Cyberbullying, a prática da intimidação, humilhação e perseguição em ambientes virtuais.

Especialistas comentam que o bullying cibernético pode afetar pessoas de qualquer idade e causar impactos profundos na saúde mental das vítimas.
Depressão, ansiedade e até distúrbios alimentares podem ser desencadeados a partir de comentários negativos e críticas na internet.
"O agressor é uma pessoa frágil"
O médico psiquiatra Valber Dias Pinto comenta que o perfil do agressor é de uma pessoa frágil emocionalmente que precisa agredir as pessoas para se sentir melhor e se apoia no anonimato para cometer agressões.
"As pessoas que cometem esse tipo de agressão geralmente têm uma fragilidade emocional muito grande e por conta disso cometem esses atos. São pessoas com baixa auto estima que precisam agredir os outros para se sentir melhor consigo mesmo e se escondem sob o véu da internet para cometer atos como esses", comentou.
O psiquiatra comenta que é necessário supervisionar o uso de internet, principalmente para crianças e adolescentes.

Valber, que é pai de uma menina de 9 anos, comenta que adotou medidas para estar mais próximo enquanto a filha navega na internet.
"Durante a pandemia, eu coloquei o computador da minha filha na sala para acompanhar de perto o que ela está fazendo na internet. É importante se interessar pelo que nossos filhos fazem e perguntar mais sobre a rotina deles na internet", comentou.
Para o psiquiatra, é necessário definir limites para o uso de internet e reservar um momento longe das telas.
Não temos como evitar que as crianças tenham contato com certas coisas na internet, afinal elas nasceram em uma geração muito conectada. Mas é preciso definir limites e supervisionar", comentou.
Diálogo aberto e participação
A psicóloga Camila Carvalho também comenta que é necessário que os pais mantenham um diálogo aberto e acompanhem mais de perto o que os filhos fazem na internet.
"É importante que os pais tenham um diálogo aberto com os filhos e procurem acompanhar o que acontece nas redes sociais e mídias das crianças e adolescentes. Quando estão mais próximos, é possível identificar mudanças de hábitos e comportamentos que possam afeta-los", explicou a psicóloga.
Ela comenta ainda que as redes sociais têm pontos positivos, mas também há o lado negativo. Segundo Camila, o imediatismo e a busca pela aprovação de outras pessoas podem afetar a saúde mental, ainda mais quando se trata de crianças e adolescente.
"Ao perceber mudanças no comportamento, é importante buscar uma proximidade maior e entender o que de fato está acontecendo sem julgar. Muitos pais tendem a menosprezar e não validar o que os filhos estão sentindo. Dar voz a eles mostra que o que eles estão passando tem importância. Sendo necessário, buscar a orientação de um profissional é muito importante", ponderou.
Para a psicóloga, a internet é um mundo de recortes que não transmitem a realidade como um todo e que críticas têm impacto amplificado.
"O impacto de um comentário negativo nas redes sociais é amplificado, porque não é apenas uma crítica, são várias. Um comportamento pode levar as pessoas a serem 'canceladas' por muito tempo. Isso traz consequências muito negativas à saúde mental de pessoas que não têm a maturidade necessária para saber lidar com tudo isso", completou.
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