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Cidades

Aos 112 anos, dona Laura quer ir ao forró após a pandemia


Mineira, sorridente, apaixonada por forró e esbanjando energia e alegria, Laura Ferreira Gonzaga, aos 112 anos, já tem planos para depois da pandemia.

“Dançar forró e ir visitar minhas amigas em Minas Gerais”, disse aos risos a idosa, que atualmente mora no bairro Cruzeiro do Sul, em Cariacica.

Imagem ilustrativa da imagem Aos 112 anos, dona Laura quer ir ao forró após a pandemia
A centenária Laura Ferreira Gonzaga, ao centro, recebeu homenagens dos moradores e da Câmara Municipal |  Foto: Beto Morais/ AT

Ela nasceu no dia 10 de agosto de 1908 na cidade de Mutum, em Minas Gerais. Pouco se lembra da infância e da juventude, apenas que sua mãe foi escrava.

Laura foi casada e teve um filho, que morreu ainda pequeno. Morou por um tempo em Resplendor, município mineiro, mas, após a morte do marido, se mudou com uma amiga para Cariacica.

O primeiro bairro que passou, há mais de 25 anos, foi em Campo Grande. “Eu trabalhava como empregada doméstica e morava com minha patroa. Minha vida era só passear, trabalhar e ir para o forró. Depois ela morreu e me mudei para o bairro Cruzeiro do Sul, também em Cariacica”, disse dona Laura.

A idosa lembra que quando chegou ao bairro, não tinha uma casa na região e era só mato. Em Cruzeiro do Sul, se estabeleceu e passou a viver sozinha.

Ela revelou que sua paixão é o forró, gosta de dançar e há relatos de moradores que comprovam essas histórias. Muitos têm lembranças de Laura indo a pé até Campo Grande, com vestido amarelo, toda arrumada, se divertindo em shows de forró.

“Gosto mesmo. Estou com saudades do meu forró, de passear. Também gosto de capinar o quintal”. Mesmo aos 112 anos, não falta energia e saúde para ela. Gosta também de arrumar casa, cozinhar e ir sozinha até Campo Grande, bairro vizinho.

Desde o início da pandemia, a idosa tem se resguardado, ficando em casa e saindo somente para fazer o necessário. Ela, inclusive, já tomou a segunda dose da vacina contra a Covid-19.

Dona Laura não faz uso de remédios e não tem doença crônica. Os moradores sempre a auxiliam e passam pela sua casa para saber se ela precisa de alguma coisa.

Questionada sobre o segredo para a longevidade, ela diz não saber, apenas que viveu a vida como pode e se divertindo. “Gosto de ser livre, fazer o que quiser, viver em paz”, acrescentou.

Idosa virou mãe de todos no bairro

Quando chegou em Cariacica, há 25 anos, Laura Ferreira Gonzaga, de 112 anos, não imaginava que se tornaria parte das famílias de muitos moradores da região.

Chegou a morar um tempo em Campo Grande, mas foi no bairro em Cruzeiro do Sul que encontrou seu lugar. Ali, moradores contam que ela se tornou uma mãe para todos.

Muitos recordam dos momentos em que a idosa passava pelas ruas, rumo ao forró, toda arrumada e avisava para quem estivesse na varanda para onde ia. Ninguém nunca a viu triste ou chorando.

Às vezes, eles precisam puxar a orelha dela, que insiste em fazer alguns serviços pesados, como capinar sozinha a rua em frente de sua residência.

“Ela também anda demais, tem que ficar de olho. Mas, é como uma segunda mãe para nós, muito querida por todos”, disse o autônomo Robson Entringe, 56 anos.

Homenagem

Na tarde de ontem, Laura recebeu das mãos do vereador Marcelo Zonta uma moção de aplausos e congratulações pela passagem do dia das mães. Ele explicou que ela é conhecida como a mãe mais idosa de Cariacica.

“A mãe de todos aqui. A mais velha do município e sempre que pode, tentamos fazer uma homenagem a ela”, disse o vereador.

Os vizinhos Andressa Wanzeler da Silva, 40, Pedro Henrique Medeiros, 9, Dorivam Passos, Braz Antônio Picoli, 58, e Robson Entringe, também participaram da entrega da moção ao lado do vereador.

Dona Laura conta que gostou muito da surpresa e agradeceu o carinho dos vizinhos com ela.

Vida saudável ajuda na longevidade

Aos 112 anos, Laura Ferreira Gonzaga, moradora de Cariacica, esbanja saúde e energia, mas completar um centenário é raro, segundo especialistas. Porém, mais raro ainda é chegar a essa idade com uma vida saudável.

“Idosos centenários, que ainda conseguem fazer as coisas no dia a dia, significa que tiveram um envelhecimento bem-sucedido. É algo que pode ser atingido, mas é difícil”, explicou Roni Chaim Mukamal, geriatra do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal do Espírito Santo.

A geriatra Fernanda Damiani disse que os segredos para chegar aos 100 anos vão desde ter uma vida saudável a questões de genética e hereditárias.

“A partir de uma alimentação saudável, prática de exercício e sono regulado são primordiais para o envelhecimento saudável”, afirmou a médica.

Os fatores de genes e hereditários colaboram com cerca de 30% no processo da longevidade, atribuído aos outros fatores, uma pessoa pode chegar aos 112 anos saudável e ainda praticar atividades normalmente.

“Grande parte da longevidade vai ser determinada pelo estilo de vida que ela vive. Com ele, é possível viver muito”, comentou o geriatra Roni Chaim Mukamal.

O segredo é manter-se ativo, dizem os especialistas. Praticar exercícios, alimentar de forma saudável, buscar ir ao médico regularmente para acompanhar a saúde e fazer exames.

“A prática regular de exercícios participa de forma bastante relevante na prevenção de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo todo, promove um funcionamento mais harmônico de todos os órgãos e melhora a forma e a disposição”, revelou geriatra Fernanda Damiani.

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