“A carreira de jogos digitais é apaixonante”, diz programadora
A capixaba Jéssica Duque, programadora e game designer premiada, fala sobre o crescimento na área dos games no ES
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O desenvolvimento de jogos no Estado está em franca expansão. A capixaba Jéssica Duque, programadora e game designer de 21 anos, foi premiada pelo projeto do jogo “Pingo de Gato”, no edital do Fundo de Cultura do Espírito Santo (Funcultura).
No jogo, a protagonista precisa gerenciar uma cafeteria do zero, em um mundo estranho habitado por gatos falantes, conta Jéssica.
“Sempre quis ser game designer, a carreira de jogos digitais é apaixonante. O meu jogo é o projeto dos meus sonhos, e juntei nele as duas coisas que mais amo: gatos e café. Quero que as pessoas sintam curiosidade, se divirtam, se sintam imersas no mundo do game”.
Jéssica participará da Headscon ES, evento com atrações da cultura gamer, que acontecerá em Vila Velha neste final de semana. A game designer afirma que o evento é importante para o setor de jogos.
“Teremos contato com toda a cadeia produtiva de um jogo, e isso vai nos ajudar a entender muito outras etapas de desenvolvimento de um game, como o marketing e o audiovisual. Ter um evento como esse fora do eixo Rio-São Paulo é uma experiência única”.
A game designer premiada, que está no último período da graduação em Sistemas da Informação, diz que a área ainda é pouco explorada por mulheres, mas que o cenário está mudando aos poucos.
“A tecnologia não foi feita para os homens. Quando vejo uma mulher inserida nesse mercado, ela geralmente é muito mais esforçada e até melhor do que os colegas. Mas a cada ano que passa, vejo mais mulheres no curso, e acho isso importante para a área”.
Outro jogo capixaba premiado é “Tupi: A Lenda de Arariboia”, que conquistou o primeiro lugar na Gamescon Latam 2025, edição do maior evento de games do mundo que acontece na América Latina.
Marcelo Herzog é o fundador da Mito Games, desenvolvedora do jogo. Ele conta que o cenário de games no Estado é promissor.
“Temos muitos talentos no Estado, e a Secretaria da Cultura (Secult) está disponibilizando muitos editais. Os games são uma indústria limpa, que emprega muitos jovens no mundo todo, e que requer alta qualificação de mão de obra”.
O jogo conta a história de Arariboia, figura histórica capixaba e responsável por povoar o território de Carapina, na Serra.
“Levar a história de Arariboia para um jogo é muito importante para a valorização da cultura do Estado. Também mostraremos patrimônios naturais capixabas, como a Pedra do Lagarto e o Pico da Bandeira, por exemplo”.
Festival com feiras e oficinas

Entre sexta-feira (08) e domingo (10) acontece a Headscon ES, evento do setor de games e uma das principais plataformas brasileiras de cultura digital e jogos para a juventude.
O evento acontece no CEET Vasco Coutinho, entre 9h e 20h, e contará com palestras, oficinas, mostra competitiva de jogos, feira geek e muito mais. A entrada é gratuita, mas deve ser obtida no site Sympla.
A CEO do Instituto Gamescon, Ana Rocha, conta que 10 mil pessoas são aguardadas. “Abordaremos a gamificação do mercado, o futuro dos jogos e muito mais. Teremos mesas com curadores do Headscon e jogos capixabas autorais para mostrar a potência que o Estado tem”.
O Espírito Santo foi escolhido para sediar a Headscon por mostrar desenvolvimento no cenário nacional, afirma Ana.
“A cena independente de desenvolvimento de jogos no Estado está desenvolvida e se diferenciando de outros estados. Então, trazemos o evento para contribuir com o ecossistema local e mapear o perfil tanto de jogadores quanto de desenvolvedores do Espírito Santo”.
A cultura digital e os games são estimulados com investimentos pelo governo do Estado, afirma a secretária estadual da Cultura em exercício, Carolina Ruas.
“Os jogos têm grande capilaridade e capacidade de engajar jovens. Temos uma linha de financiamento, através do Funcultura, que investe no desenvolvimento de games para termos mais capixabas entrando nesse mercado”.
Com novas gerações nascendo no mundo digital, é importante apontar a tecnologia como meio produtivo aos mais novos, destaca Carolina.
“Mostrar que é possível criar um ambiente de empreendedorismo produtivo no mundo digital é fundamental para que as novas gerações enxerguem diversas possibilidades de emprego ligadas à tecnologia”.
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