Capitã
Na linha de frente do time de Eduardo Pazuello, a médica Mayra Pinheiro é o principal nome do Ministério da Saúde por trás das incessantes recomendações de remédios sem eficácia contra a Covid-19, como cloroquina.
Partiram dela a força-tarefa de Manaus para incentivar o uso do medicamento, o ofício que fala ser inadmissível a não utilização da droga e também o TrateCov, página que orienta cloroquina e antibiótico até para dor de barriga de bebê. Juristas listam suspeitas de crimes.
Ordem
Secretária de gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, ela foi nomeada em janeiro de 2019, quando Luiz Henrique Mandetta era o ministro. Ele diz que ela foi uma escolha ideológica do governo, que teve apoio durante as eleições dessa ala mais radical politicamente da Medicina.
Impressões
Mandetta afirma que sempre a considerou tecnicamente inferior aos demais e por isso deu a ela poucas atribuições. E que todos os projetos eram em parceria, para que fosse monitorada. Secretários de Saúde ouvidos pelo Painel reclamam há algum tempo da presença dela no ministério.
Fama
Mayra foi alçada ao protagonismo por Pazuello, que lhe encarregou de liderar Manaus. Em entrevista ao lado de Wilson Lima (PSC), defendeu o uso da cloroquina, “a despeito da imprensa”, que, segundo ela, “desinforma”.
Consequência
Juristas consultados pela Folha listam uma série de crimes em que a conduta de Mayra pode ser enquadrada. Como crime de expor a vida ou a saúde de alguém a perigo e crime de violação de determinação de autoridade sanitária. Eles concordam que é caso de improbidade administrativa também.
Sozinhos
Diante da falta de ações do governo Bolsonaro, entidades decidiram organizar campanha independente pela vacinação contra a Covid-19. A “Abrace a Vacina” afirma ter o objetivo de informar setores da sociedade que, influenciados por notícias falsas, se mostram reticentes a tomar vacina.
Vazio
O ministério da Saúde até agora não colocou nenhuma propaganda na rua.
Apoiado
O TCU aprovou ontem abertura de fiscalização contra o Ministério da Saúde sobre a falta de oxigênio em Manaus. A decisão teve voto do estreante do tribunal, Jorge Oliveira, ex-ministro de Bolsonaro.
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O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo implementou auxílio-saúde no valor de até 10% dos vencimentos para conselheiros, substitutos de conselheiros e dependentes. Cada conselheiro tem vencimentos de R$ 35.400, e a novidade tem custo estimado de R$ 532 mil para o ano de 2021.
Só copiei
Por meio da assessoria de imprensa, o TC-SP informa que segue o que foi criado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, segundo autorizado pelo CNJ. Como mostrou o Painel, o TJ-SP aprovou o pagamento do auxílio para seus magistrados em dezembro.
Entrelinhas
Ao cumprimentar Joe Biden nas redes, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) refletiram em parte suas gestões, que chegam ao fim. O primeiro, hoje um dos principais desafetos de Bolsonaro, destacou a necessidade de combate ao radicalismo. O segundo, desde sempre mais afável a destemperos do presidente brasileiro, falou em “equilíbrio”.
Joe quem?
A maior parte do mundo político se calou, pelo menos nas redes, sobre a chegada de Biden. Entre os presidentes dos 24 partidos com representação na Câmara, apenas cinco haviam feito alguma postagem até o início da noite de ontem.
Fora todos
Entre eles, Juliano Medeiros, presidente do Psol, que comemorou a saída de Trump, mas não aliviou para o sucessor. “Trump já vai tarde. Mas Biden não é amigo dos povos da América Latina.”
Pesou
Ligada ao Ministério da Justiça, a comissão criada para analisar o aumento de preços de vários produtos durante a pandemia terminou seu trabalho nesta semana.
Fim
Concluiu que “os órgãos de governo e Judiciário devem evitar interferir no mecanismo de preços”, podendo, entretanto, avaliar a aplicação de dispositivos do Código de Defesa do Consumidor no caso de eventuais “abusividades”.
Tiroteio
“Aras se recusa a investigar crimes de Bolsonaro, faz ameaças e pode sofrer impeachment por ser omisso, prevaricando”
De Rui Falcão (PT-SP), deputado, sobre declaração do PGR, que diz ser competência do Legislativo julgar “eventuais ilícitos” do Presidente.