VÍDEO: ‘Estadão’ visita basílica onde papa Francisco será enterrado
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O Estadão visitou nesta quinta-feira, 24, a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde o corpo do papa Francisco será sepultado no sábado, 26. Também é possível ver a igreja em detalhes por meio do infográfico preparado pela reportagem.
Uma das quatro basílicas papais de Roma, ela foi erguida no século V e é tratada como o berço da civilização artística. Lá se conserva o Santo Berço - a manjedoura onde repousou o Menino Jesus - e é onde encontram-se os restos mortais do apóstolo São Matias. Foi neste espaço, também, onde o arquiteto e escultor Bernini, autor da colunata da Praça de São Pedro, foi enterrado.
Francisco declarou no fim de 2023 que queria ser enterrado no local - e não na cripta da Basílica de São Pedro, como acontecem funerais dos líderes da Igreja Católica há mais de três séculos.
Ele será o oitavo pontífice a ser sepultado no santuário, o primeiro em mais de cem anos para além dos muros do Vaticano.
Muito ligado ao culto da Virgem Maria, o argentino costumava rezar no templo na véspera ou no retorno de cada uma de suas viagens ao exterior.
Nesta quinta, Vaticano divulgou uma imagem do túmulo do pontífice. Feito de mármore, o local tem apenas a inscrição “FRANCISCUS” e uma reprodução de sua cruz peitoral e está fechado por tapumes.
O túmulo foi preparado em um nicho no corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da Basílica de Santa Maria Maior. Ele está localizado próximo ao Altar de São Francisco.

Cronograma da despedida
O sepultamento do papa será marcado por ritos específicos. A cerimônia terá início na sexta, 25, com a leitura de um texto sobre as ações mais importantes do pontífice. Um véu de seda branco será colocado sobre o rosto de Francisco.
Após a benção com água benta, moedas e medalhas cunhadas durante o pontificado serão colocadas dentro do caixão. Elas representam os anos em que esteve à frente da Igreja. Um tubo com o resumo do período, com o selo do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, também ficará junto ao corpo.
Só então a tampa do caixão de zinco (revestimento interior da estrutura de madeira) será colocada. Nela, haverá uma cruz, o brasão papal, a placa com o nome de Francisco, a duração de sua vida e seu Ministério Petrino.
O mote do brasão, “Miserando atque eligendo”, foi tirado das Homilias de São Beda o Venerável, que, comentando o episódio evangélico da vocação de são Mateus, escreve: “Vidit ergo Iesus publicanum et quia miserando atque eligendo vidit, ait illi Sequere me” (Viu Jesus um publicano e dado que olhou para ele com sentimento de amor e o escolheu, disse-lhe: segue-me).
Posteriormente, o caixão será soldado e se colocará os selos do cardeal camerlengo da Santa Igreja Romana (o cardeal irlandês Kevin Farrell), da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Ofício para Celebrações Litúrgicas do sumo pontífice e do capítulo do Vaticano. O caixão de madeira também será fechado. Na tampa, também estará a cruz e o brasão papal de Francisco.
Missa de Exéquias
No sábado, às 10h (5h de Brasília), o corpo do papa será levado à Praça de São Pedro, onde será celebrada a Missa de Exéquias (também conhecida como missa de corpo presente), como prevê o rito funerário católico.
Por fim, o celebrante fará uma oração chamada Ultima commendatio et valedictio (última recomendação e adeus). Se reza uma ladainha com nomes de vários santos, incluindo apóstolos, mártires e todos os papas canonizados pela Igreja.
Em seguida, os patriarcas e bispos da liturgia bizantina (braço oriental da Igreja Católica) farão orações de intercessão pela alma de Francisco e abençoará o caixão com incenso.
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