Quem é o empresário preso por transportar 103 kg de ouro, avaliados em R$ 62 milhões
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Roraima prendeu na segunda-feira, 4, em uma rodovia em Boa Vista, um homem de 30 anos suspeito de transportar 103 quilos de ouro, avaliados em R$ 62 milhões. A apreensão foi considerada a maior já feita pela corporação.
O suspeito foi identificado como Bruno Mendes de Jesus. Conforme seu advogado, Smiller Carvalho, ele é de Porto Velho, Rondônia, e trabalhava como motorista e comerciante.
Conforme o defensor, Mendes de Jesus tinha uma loja de roupas com a esposa, mas que acabou sendo fechada há alguns meses por causa de problemas econômicos agravados com o nascimento de um filho, hoje com nove meses.

O motorista tem registro na Receita Federal como microempresário da área de comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios. No registro, contudo, a informação é de que a loja continua ativa.
Bruno Mendes de Jesus foi preso enquanto dirigia uma caminhonete modelo Hilux, ao lado da esposa e do filho, um bebê de colo. As barras de ouro foram encontradas em compartimentos ocultos do carro.
A principal hipótese das investigações é de que o ouro é fruto de atividades de garimpo ilegal. O material estaria vindo de Rondônia e tinha como destino a Venezuela ou a Guiana. O advogado de Bruno confirmou que o motorista vinha da capital rondoniense, mas o destino final seria Boa Vista.
O motorista foi levado à sede da Polícia Federal na capital roraimense e passou por audiência de custódia na tarde desta terça-feira, 5. Ele teve a sua prisão convertida em preventiva.

Ao Estadão, o advogado do motorista disse que Bruno não era proprietário do ouro transportado e era “apenas o motorista” da operação. “Nem mesmo o carro (Hilux) era dele”, disse Carvalho.
Questionado sobre os motivos de o suspeito estar transportando a alta quantidade do metal, o defensor disse que ainda não conversou com seu cliente sobre o caso. “Ele não é nenhum grande empresário e estava desempregado. A loja de roupas que ele tinha com a esposa quebrou e ele acabou de ter uma criança”, disse Smiller Carvalho. “Ele não teria a capacidade de comprar nem um quilo do que foi apreendido”
“Ele não possui antecedentes criminais, não tem passagem pela polícia”, continuou. “Nós estamos trabalhando agora para protocolar um habeas corpus e pedir que o Bruno responda o processo em liberdade”. /COLABOROU FABIO GRELLET
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